O ex-deputado Gilvan Freire (PMDB) considera que o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) pode ser o sucessor político de José Maranhão no grupo de oposição. Ele declarou hoje à tarde na Rede Paraíba Sat que o processo de substituição é natural, como aconteceu entre Ronaldo Cunha Lima (PSDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB).
– Com Cássio e Ronaldo não houve ruído algum. Não teve crise porque era entre pai e filho. O pai já preparava seu sucessor. É preciso que Maranhão diga quem é seu sucessor. Ronaldo queria que Cássio despontasse. Para ser herdeiro político, não basta apenas ser escolhido, mas também ter talento. O talento é a visibilidade do seu nome perante a massa do eleitorado do seu segmento. Quem tem carisma e nome? Convenhamos: é Veneziano. Seu deserto é vencer a ação de cassação. Acho que ele vai ser bem sucedido.
Outro aspecto da eleição comentado por Gilvan foi a adesão de Iraê Lucena ao grupo de Ricardo Coutinho. Ao ser perguntado se aquela adesão teria sido tratada de maneira errada pelo PMDB, que acusou a deputada de ação no conselho de ética, Gilvan disse que o fato não teve importância:
– Eu não acho que isso teve a mínima importância do ponto de vista eleitoral. Ela é uma figura emblemática porque demonstrou o descontentamento de uma figura do partido com o tratamento da agremiação. O que tem de acontecer é que os partidos reagem às defecções.
Ele prosseguiu dizendo que, da mesma forma que o PMDB, o PSDB deve se reunir para analisar o racha das eleições:
– Cícero vai perder a presidência do partido. Isso tem uma lógica muito grande. Não sei se ele sai, porque perde o mandato. Não tem como admitir que posição de Cícero se dê impunemente. Ele já teve um prejuízo político muito grande. Era uma atitude tão incoerente que a mim, que sou amigo dele, só se justificava pelo ódio dele por Ricardo Coutinho é maior que qualquer racionalidade política. Ele foi para o tudo ou nada. Que diferença já fazia Cícero estar declarando que não votava em Ricardo Coutinho, a mulher, os irmãos, os sobrinhos, estarem trabalhando para Maranhão junto com seus aliados… nunca achei que essa mudança de Cícero subir no palanque fosse diferente dele ficar embaixo do palanque.
Mea culpa – Sem êxito na eleição para deputado estadual, Gilvan Freire admitiu que a mudança de posicionamento político atrapalhou seu desempenho nas urnas:
– Eu passei a ter as perdas do processo, mas não tenho como responsabilizar os outros pela minha incapacidade de administrar bem um pleito. Eu tenho essa dificuldade grande. Ela é de ordem financeira, política… Não posso responsabilizar ninguém. Em Bayeux, Toinho do Sopão me levou dois mil votos. Tirou meu tempero. Minha derrota há de ser tributada a mim. Eu faço melhor na advocacia.