O deputado federal Frei Anastácio (PT) parabeniza as mulheres pela passagem do dia 8 de Março, ocorrido ontem, mas lamenta que em pleno século XXI, elas ainda sofram discriminação e sejam vítimas de feminicídio. “Ainda há muitas barreiras a serem vencidas. Coloco nosso mandato de deputado federal à disposição das lutas das mulheres do meu estado e do nosso país”, disse o deputado.
O parlamentar lembrou que nos quatro mandatos de deputado estadual, sempre esteve ao lado da luta das mulheres do campo e da cidade. Na Câmara Federal, ele apresentou um projeto de lei que visa proteger as mulheres vitimas de estupro.
O PL 4919/2019, de autoria do deputado, tipifica como crime a conduta de divulgar, total ou parcialmente, sem a autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome ou informações que possibilitem a identificação de vítima de estupro ou de estupro de vulnerável, em todo o território nacional. “Além de sofrerem com o trauma e a violência do estupro, muitas mulheres são vitimadas socialmente, por terem suas identidades reveladas sem permissão. Isso tem que acabar”, afirmou.
Baixa representatividade na política
O congressista disse ainda que apesar dos avanços conquistados através das lutas, “ainda percebemos que há um longo caminho pela frente. Na política, por exemplo, temos uma baixa representatividade de mulheres atuando em todos os cenários municipais, estaduais e federais, comparada ao número de eleitoras. Essa realidade precisa mudar”, comentou o deputado.
Frei Anastácio comentou ainda que o machismo é outro fator que tem dificultado a luta das mulheres, principalmente quando se fala em violência contra a mulher. “É difícil pensar em outras pautas, quando as mulheres estão lutando pela própria vida. Os dados de violência contra a mulher são alarmantes”, comentou.
De acordo com o deputado, 13 mulheres são assassinadas por dia, em média, no Brasil e 66% delas são negras. Frei Anastácio ainda lamentou que 40% dessas mortes ocorram dentro de casa, por pessoas próximas às vítimas, como parceiros e familiares.
Na Paraíba, houve aumento de 53% no número de feminicídio, em 2019, em relação a 2018, segundo estudo do Anuário Brasileiro da Violência. O estudo aponta que 74% das mulheres mortas na Paraíba, em 2018, foram vítimas de feminicídio.
“As mulheres ainda enfrentam outra luta no mercado de trabalho. Mesmo estudando mais, as mulheres têm salários em média de 20% menor que o dos homens. É uma pena que falte esse tipo de reconhecimento. Dados como esse, mostram que a luta das mulheres é diária e abrange vários campos de sua vida. Ser mulher, por si só, já é uma resistência”, finalizou Frei Anastácio.