O Fórum Interinstitucional Permanente de Prevenção e Combate à Violência Obstétrica está investigando a superlotação de maternidades de João Pessoa, que estaria gerando deficiências de atendimento às mulheres parturientes ou com intercorrências durante a gravidez. A preocupação do Fórum é que esses problemas estejam gerando situações de violência às grávidas. Esse foi um dos assuntos da reunião dos integrantes do grupo, que aconteceu na última terça-feira (30/04), no edifício-sede do Ministério Público da Paraíba, na Capital.
A reunião foi conduzida pela coordenadora do Fórum, a 49ª promotora de Justiça de João Pessoa, Jovana Maria Silva Tabosa, com a participação de representantes da Maternidade Cândida Vargas, Terezinha de Lisieux Pires de Andrade, Glória Geane mateus Façanha (enfermeira) e Neirismar Souto (médica); da Coordenadoria de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Amanda Romera, e do Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho, Marcelene Bezerra.
Diante das explicações dos relatos das representantes da SMS e dos hospitais, a promotora de Justiça, Jovana Tabosa, deferiu os compromissos assumidos por elas de encaminhar informações e dados que esclareçam a situação atual dos serviços. A promotora também determinou que os diretores dos hospitais Geral de Cabedelo e Universitário de João Pessoa (HU), citados na reunião, fossem notificados para participar do próximo encontro do Fórum, que ficou marcado para o dia 4 de junho próximo, às 14h30, no MPPB.
Entre os relatos, destaca-se o da coordenadora de Saúde da mulher da SMS, Amanda Romera, que citou um caso de uma gestante atendida no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), que foi encaminhada pelo serviço de saúde do Município de Cabedelo, sem qualquer regulação de vaga. Segundo ela, o HU já estava superlotado, com 16 pacientes em macas nos corredores, e o Hospital Edson Ramalho, mesmo tendo vagas, não recebeu a mulher, o que, para ela, se configurou um caso de violência obstétrica.
A representante do Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho, Marcelene Bezerra, falou que repassaria o caso aos diretores do hospital, assumindo o compromisso de responder, via ofício, no prazo de 10 dias úteis, alegando que estava há pouco tempo no setor e precisava se inteirar das informações acerca da possível falta de leitos. O hospital também estaria sem berçário.
Já a médica obstetra, Neirismar Souto, que é plantonista do Edson Ramalho, falou que o hospital está passando por uma adequação no ambiente de atendimento às gestantes e que isso teria sido causa da redução de leitos na unidade. Ela disse ainda que não sabe como ficará a rotina, sem a sala de atendimento aos bebês e que isso.
Já a representante do ICV, Terezinha de Lisieux, disse que a maternidade continua atendendo um número de gestantes além da capacidade instalada, algumas para partos e outras para tratamentos de outros problemas. Segundo ela, também chegam pacientes de outros municípios paraibanos e até de estados vizinhos (Pernambuco e Rio Grande do Norte). Ela se comprometeu em levar para a próxima reunião uma planilha com o número de partos e o domicílio das gestantes, em 2018 e de janeiro a abril deste ano.