A Folha de São Paulo publicou reportagem de blog com uma entrevista do governador João Azevêdo (PSB), da Paraíba. O gestor foi classificado por João Valadares como discreto, comedido em declarações públicas e de perfil técnico. A matéria expõe a Operação Calvário, que investiga pagamento de propina pela Cruz Vermelha, e a oposição dura entre Azevêdo e o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
João Valadares relata que João Azevêdo foi “puxado para o meio do ringue” quando Bolsonaro tentou consertar o que vazou em áudio, quando ele falou a Onyx Lorenzoni que “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Tem que ter nada com esse cara.” O presidente disse que, na verdade, falava de Flávio Dino, governador maranhense, e de João Azevêdo. Bolsonaro disse que Dino e Azevêdo vivem “esculhambando e se apropriando de obras federais.”
À Folha, o governador da Paraíba disse que é inaceitável essa postura de um presidente e que não desce a esse nível da disputa. Azevêdo enfatizou que não há em andamento nenhuma obra federal da gestão Bolsonaro, na Paraíba, atualmente, e que todas em execução foram iniciadas em governos anteriores.
O paraibano revelou à Folha que foi surpreendido com ligação de Flávio Dino, que brincou por telefone ao perguntar qual deles era o pior governador do Nordeste, fazendo referência à justificativa de Bolsonaro.
João Azevêdo rebateu postagem de Bolsonaro no Twitter com vídeo em que Samuka Duarte fala que o presidente liberou empréstimo para a Paraíba que Dilma Rousseff não havia liberado. O governador da Paraíba disse que isso não é um favor do Governo Federal e, sim, que a Paraíba conseguiu esse empréstimo porque é ‘rating B’, capaz então de receber o recurso. A liberação desse empréstimo foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, antes dele pedir apoio ao governadores para a Reforma da Previdência.
O gestor paraibano disse à Folha confiar que os ministros, que ele diz conhecer alguns de muito tempo, terão avaliação diferente do presidente para liberação de próximos empréstimos para o Estado.
A Folha mostrou que a Paraíba tem equilíbrio fiscal, paga salários em dia desde 2011, governo de continuidade e que João Azevêdo tem apoio tranquilo na Assembleia Legislativa.