Após se declarar culpada e fazer um acordo com a promotoria do Estado de Nova York, a ex-tesoureira da Igreja Universal Regina da Silva recebeu sentença de liberdade condicional de três anos.
Com isso, a ex-tesoureira não irá para a prisão, mas terá que reportar seus atos para a Justiça dos Estados Unidos –e, caso se envolva em atos ilícitos, deverá ser presa.
A Promotoria disse que ela se declarou culpada em novembro do ano passado.
Ela era acusada de fraudes e falsificações para obter empréstimos hipotecários que somavam US$ 22 milhões (cerca de R$ 40 milhões).
Segundo a acusação, a ex-tesoureira declarou ter feito reuniões em duas unidades da Universal de Nova York para que fiéis aprovassem a tomada de empréstimos.
Mas, segundo a Promotoria, as reuniões nunca ocorreram, e as hipotecas das duas igrejas jamais foram aprovadas pelos interessados. A tesoureira conseguiu assim 11 empréstimos, no total de US$ 22,107 milhões
Durante as audiências realizadas para debater o caso, o advogado da ex-tesoureira, Andrew Lankler, afirmou que sua cliente não se beneficiou com as fraudes.
Disse ainda que o benefício foi recebido pela Igreja Universal, o que a instituição nega. Procurado ontem, Lankler não deu entrevistas.
IGREJA NEGA PROBLEMA
A igreja negou irregularidades. "Não houve qualquer fraude nem a obtenção de vantagem indevida por Regina da Silva ou outras pessoas relacionadas à Igreja Universal, assim como não houve qualquer prejuízo à instituição financiadora", disse a igreja, em nota, ontem.
A igreja classificou a acusação de apresentar documentos falsos para obter os empréstimos de "aspectos formais da contratação de financiamento de imóveis".
Folha Online