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Estudo da UFPB propõe coleta de águas das chuvas em São João do Cariri

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Estudo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) propõe que a superfície urbana do município de São João do Cariri, no Semiárido paraibano, a 287 km de João Pessoa, seja utilizada para coleta de águas das chuvas, por meio de cisternas de placas de cimento pré-moldadas, tecnologia mais efetiva e de baixo custo, a fim de atender às necessidades básicas da população de 4.438 habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007.

Na pesquisa, realizada entre 2019 e este ano, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPB, foi constatada que essa estratégia pode ser uma excelente auxiliadora na convivência com a seca, sendo útil, por exemplo, para manutenção de áreas verdes, parques, sistemas decorativos e recreativos (fontes, espelhos d´água, chafarizes) e limpeza de prédios públicos.

Com área territorial de 702 km², o município, segundo o estudo, possui capacidade suficiente para captar um volume de água que garanta até mesmo o suprimento da demanda não-potável de água das escolas e creches públicas da cidade, que é de aproximadamente 10 mil m³.

“São João do Cariri foi escolhida por estar entre as cidades com os menores índices pluviométricos da Paraíba”, explicou Leonardo Paiva. O baixo índice pluviométrico e irregular justifica o estudo para o aproveitamento máximo da chuva na cidade de João do Cariri, onde a precipitação pluvial média anual é de aproximadamente 420 mm. Esse valor é baseado nos dados pluviométricos fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), do ano de 1943 a 2019. No Semiárido paraibano, a precipitação pluvial média anual varia entre 400 e 600 mm.

“Foi observado que há uma grande variabilidade da distribuição das chuvas entre os anos. No entanto, há certo padrão no que diz respeito aos meses mais secos, estando eles entre setembro e dezembro”, explica Leonardo Paiva, principal autor do trabalho.

Leonardo Paiva alerta que, durante a ocorrência de precipitação, as águas das chuvas podem carrear poluentes nas áreas urbanas. Nesses períodos, há a lavagem das superfícies de ruas e telhados pelas águas pluviais, o que acaba por levar ao transporte de substâncias e detritos para a rede de drenagem pluvial.

Por esse motivo, é recomendado que seja feita a análise da água em laboratório e que a destine para as atividades que se enquadrem no seu padrão de qualidade. Pode-se também submeter esse recurso a algum tipo de tratamento, a depender do uso que se pretenda dar a ele.

“O passo inicial da pesquisa foi a observação do regime pluvial, por meio da análise estatística descritiva. Para realizá-la, foram necessários os dados de precipitação pluvial, que foram disponibilizados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)”, explica o pesquisador.

De posse dos valores anuais de chuva e adotando valores para áreas de captação, foram estimados os volumes potenciais de captação de água de chuva (em m³), conforme método analítico.

Para ilustrar a relevância dessa iniciativa, o autor da pesquisa citou o caso do Sri Lanka, em que o rei Parakrama Bahu I, no século XII A.C, ordenou a construção de 2.376 cisternas, 163 reservatórios, 3.910 canais e 165 barragens. “A ele foi atribuída a frase considerada como uma das primeiras declarações políticas relacionadas à gestão das águas, destacando a importância da captação de água pluviais: ‘Que nenhuma gota de água que caia na terra chegue ao mar, sem antes ter servido à população”, reproduz o pesquisador da UFPB.

Agora, mestre em desenvolvimento e meio ambiente pela UFPB, Leonardo Paiva reforça que a falta d’água em regiões como o Semiárido brasileiro acarreta adversidades, em especial, insegurança alimentar. Paiva considera que o estudo pode trazer contribuições relevantes a respeito do aproveitamento hídrico em áreas urbanas, servindo como referência para outras pesquisas científicas ou até mesmo para futuras políticas públicas que busquem uma melhor convivência com o clima Semiárido.

O trabalho foi orientado pelo professor Bartolomeu Souza, do Departamento de Geociências, e coorientado pelo docente Hamilcar Filgueira, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, ambos com atividades no campus I da UFPB, em João Pessoa.

 

 

 

 

Por UFPB

Foto: Angélica Gouveia

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