É fato inconteste que a pandemia do novo coronavírus não acabou. Ao contrário, apesar de não podermos falar de uma segunda onda já que a primeira nunca terminou, os números de infectados e de mortes não deixam dúvidas de que após a eleições de novembro veio o repique.
De toda forma, precisamos aprender a conviver com o vírus enquanto a vacina tão desejada não chega. Passado o primeiro momento, em que beiramos o lockdown e tivemos que lidar com várias restrições de mobilidade, atualmente o desafio é ético, moral, individual e ao mesmo tempo de alcance e comprometimento que também devem ser coletivos: respeitar os protocolos sanitários para que possamos ter uma rotina mais aproximada da naturalidade ou, como passamos a chamar, do novo normal.
Praticar exercícios físicos, por exemplo, é um hábito que aumenta a imunidade, além de ajudar a reduzir um outro dano potencializado desde março quando começaram a surgir os casos da Covid-19 por estas bandas: os problemas mentais. É comprovado cientificamente os sintomas de depressão e ansiedade são minimizados quando suamos a camisa em uma atividade física, especialmente se esta for prazerosa.
Os chamados hormônios da felicidade (dopamina, serotonina, endorfina e ocitocina) criam um círculo virtuoso e geram mais vontade de viver, sensação de bem estar e nos motivam a desempenhar nossas atividades.
Levando tudo isso em consideração, estranhei quando no início da pandemia fomos orientados a não sair de casa sequer para praticar exercícios. Como ciclista ocasional, não vejo risco na prática de uma atividade na qual não tenho contato físico com outras pessoas. Usar a máscara dificulta um pouco a respiração, mas vale a pena para eliminar surpresas indesejáveis.
Atualmente, não apenas na Paraíba como em todo o Brasil, a corrida de rua é uma atividade que atrai cada vez mais adeptos. O prefeito da capital paraibana, Cícero Lucena, por exemplo, é praticante habitual e registra suas atividades através das redes sociais.
Muitas corridas deixaram de ser realizados na Grande João Pessoa durante a pandemia, mas nos dias atuais, sabedores que somos da necessidade dos protocolos sanitários, havendo o cumprimento das regras de prevenção, não há motivo para impedir as corridas de rua que cumprem uma série de exigências a fim de evitar aglomeração. É diferente da caminhada informal na calçadinha da orla quando desavisada ou intencionalmente podemos promover um acúmulo humano indesejado.
A síntese é: com a adoção de medidas de restrição ao contágio pelo novo coronavírus, não há motivo para impedir o esporte. Deixem o povo correr. Fica mais difícil a Covid-19 alcançar.