Todos nós somos, de vez em quando, submetidos a situações nas quais nossos limites são desafiados e, não raro, percebe-mo-nos humanamente incapazes de continuar. Logo nos damos conta das nossas reais fragilidades e nos sentimos compelidos a parar, não para desistir de lutar, mas para reabastecer a alma de esperança, o corpo de energia e a mente de criatividade estratégica, tudo em nome da superação.
Para algumas pessoas, as pressões da vida vêm em forma de ameaças internas: gigantes que se instalam e crescem dentro de si como se o seu mundo interior fosse desmoronar. A ansiedade as desestabiliza, o sofrimento e a angústia sequestram nelas a alegria de viver. Diante desse quadro, é preciso ter coragem para enxergar em si o valente que ainda resiste, afinal, “enquanto houver vida, há esperança”.
Há, ainda, aquelas pessoas para as quais os maiores desafios consistem em encarar gigantes externos, inimigos do prosseguir. Estes surgem, muitas vezes, de repente, como se fossem ventos furiosos provocando turbulências: uma crise no coração da família, perseguições no espaço do trabalho, inveja e traição por parte de quem jamais se esperava, ou até mesmo um vizinho incômodo que ameaça a tranquilidade das rotinas cotidianas.
O que dizer quando as colunas que sustentam a vida começam a rachar e expõem as fissuras no edifício da nossa existência? Isso ocorre não apenas quando a fé enfraquece e nos deixa duvidosos de si, mas também quando o amor se esvai e um vazio afetivo preenche o coração machucado, ou ainda quando a esperança ameaça ir embora nas asas da incredulidade. Quando as colunas fragilizam-se todo o edifício começa a ruir.
Contudo, viver é preciso! Acreditar em si também! Essa é a condição primeira para permanecer na estrada e não abandonar os sonhos pelo caminho. Acreditar na vida é lutar contra o vazio das frustrações e adornar-se de sentido, vestindo-se com as roupas do amanhã. Vida é movimento. É uma reação contra a apatia que deseja se instalar dentro de nós quando as crises são intensas e demoradas.
Diante das pressões da vida, algumas forças precisam crescer dentro de nós: o amor, a fé e a esperança. É o amor próprio que nos abre as cortinas para as belezas da vida, a fé nos faz suportar o insuportável, e a esperança nos transporta para o futuro.