Enfermeiros e técnicos de enfermagem paralisam as atividades nesta quinta-feira (8) em protesto contra a demora na aprovação do piso nacional da categoria. A paralisação faz parte de um movimento nacional da categoria. Em João Pessoa, por conta do movimento, a Secretaria Municipal de Saúde suspendeu a testagem e vacinação contra a Covid-19. Também foi suspensa a vacinação contra influenza, sarampo e demais imunizantes.
A Secretaria de Saúde informou que na sexta-feira (9) as vacinas serão disponibilizadas normalmente, nas unidade de saúde de família e demais pontos de imunização.
No final de novembro o Senado aprovou, por unanimidade, a proposta que prevê o piso nacional dos enfermeiros.
O texto, no entanto, encontra maiores obstáculos na Câmara dos Deputados, onde a resistência de empresários da saúde e do governo Bolsonaro fez com que a medida fosse retirada de pauta no fim do ano para ser analisada por um grupo de trabalho (GT).
Em protesto contra a demora na aprovação do piso nacional da categoria, enfermeiros de todo o país irão a Brasília hoje.
Segundo a presidenta da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Shirley Morales, caravanas de diversas partes do país irão pressionar para que o projeto seja aprovado com maior celeridade.
“A mobilização, que o pessoal chama de ‘esquenta’, neste momento, vai ser mais para chamar a atenção tanto da mídia como da sociedade para as pautas da enfermagem, para as condições de trabalho que estamos vivendo, para inclusive já preparar para a possibilidade de um movimento de paralisação geral”, afirma a dirigente, sinalizando que a cobrança da categoria pode subir de temperatura.
A proposta que hoje está sob análise na Casa é o Projeto de Lei (PL) 2564/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES). O texto fixa um salário-base de R$ 4.750 para jornada de 30 horas semanas para os enfermeiros. No caso dos técnicos, a quantia seria 70% (R$ 3.325) desse valor e, para os auxiliares de enfermagem e parteiras, a matéria prevê 50% (R$ 2.375).
Cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que 85% dos técnicos, por exemplo, ganham menos que o piso fixado pelo PL. As categorias se queixam de falta de valorização pelo mercado de trabalho e destacam que, muitas vezes, a política salarial adotada pelos empregadores não chega à metade do que está sendo proposto no projeto.