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Enem 2019 teve 53 participantes com nota mil na redação; veja texto e dicas

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 teve 53 notas 1 mil na redação, de acordo com um balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta sexta-feira (17). Esta é a maior pontuação que pode ser atingida. Na edição anterior, houve 55 redações com esta avaliação.

Os resultados individuais do exame foram divulgados nesta sexta-feira (17). O candidato pode acessar as notas por meio de CPF e senha na Página do Participante (https://enem.inep.gov.br/participante/) e pelo aplicativo do Enem. As notas dos ‘treineiros’ e espelho da redação saem em março.

O tema da redação do Enem 2019 foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio como um trecho do artigo “O que é cinema”, de Jean-Claude Bernardet; um trecho do texto “O filme e a representação do real”, de C.F.Gutfreind; um infográfico do periódico “Meio e a Mensagem” sobre o percentual de brasileiros que frequentam as salas de cinema; e um trecho do texto “Cinema perto de você”, da Ancine.

Candidato nota mil dá dicas

Daniel Gomes, 25 anos, foi um dos candidatos que atingiu a nota 1 mil na redação. Gomes mora em Fortaleza, cursa engenharia de produção na Universidade Federal do Ceará (UFC), e faz estágio na área. O último Enem dele foi em 2013. Agora, ele quer cursar medicina.

Gomes diz que redigiu cerca de 80 redações ao longo de 2019 para treinar e não fez cursinho. “Sempre procurei estudar de forma profunda cada competência exigida pela banca e, principalmente, estudar as redações nota 1 mil e 980”, afirma. “Eu tinha um mapa mental, um modelo de redação que poderia se adaptar a muitos temas. Isso me ajudou bastante”, conta.

Ele explica que o “mapa mental” era a estrutura da redação (introdução, desenvolvimento, conclusão); palavras conectoras que pudessem relacionar os parágrafos e unir ou contrapor as ideias, e também “agentes” que poderiam ser usados na conclusão, como ministérios do governo ligados à área, empresas, livros clássicos.

Nesta redação em específico, ele citou o filme nacional Cine Holliúdy, de 2013, dirigido por Halder Gomes.

Gomes conta que citou a falta de incentivos do governo para o audiovisual e propôs projetos para levar estudantes de escolas públicas para o cinema. Ele também citou incetivos fiscais que poderiam ser criados em troca de ingressos para comunidades carentes.

Na conclusão ele argumentou que deveriam ser tomadas medidas para democratizar o acesso ao audiovisual, propondo um plano nacional.

Veja íntegra da redação nota 1 mil

A pedido do G1, Daniel Gomes enviou a íntegra da redação avaliada com nota 1 mil no Enem 2019. Confira o texto abaixo:

“O filme ‘’Cine Hollywood’’ narra a chegada da primeira sala de cinema na cidade de Crato, interior do Ceará. Na obra, os moradores do até então vilarejo nordestino têm suas vidas modificadas pela modernidade que, naquele contexto, se traduzia na exibição de obras cinematográficas. De maneira análoga à história fictícia, a questão da democratização do acesso ao cinema, no Brasil, ainda enfrenta problemas no que diz respeito à exclusão da parcela socialmente vulnerável da sociedade. Assim, é lícito afirmar que a postura do Estado em relação à cultura e a negligência de parte das empresas que trabalham com a ‘’sétima arte’’ contribuem para a perpetuação desse cenário negativo.

Em primeiro plano, evidencia-se, por parte do Estado, a ausência de políticas públicas suficientemente efetivas para democratizar o acesso ao cinema no país. Essa lógica é comprovada pelo papel passivo que o Ministério da Cultura exerce na administração do país. Instituído para se rum órgão que promova a aproximação de brasileiros a bens culturais, tal ministério ignora ações que poderiam, potencialmente, fomentar o contato de classes pouco privilegiadas ao mundo dos filmes, como a distribuição de ingressos em instituições públicas de ensino básico e passeios escolares a salas de cinema. Desse modo, o Governo atua como agente perpetuador do processo de exclusão da população mais pobre a esse tipo de entretenimento. Logo, é substancial a mudança desse quadro.

Outrossim, é imperativo pontuar que a negligência de empresas do setor – como produtoras, distribuidoras de filmes e cinemas – também colabora para a dificuldade em democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Isso decorre, principalmente, da postura capitalista de grande parte do empresariado desse segmento, que prioriza os ganhos financeiros em detrimento do impacto cultural que o cinema pode exercer sobre uma comunidade. Nesse sentido, há, de fato, uma visão elitista advinda dos donos de salas de exibição, que muitas vezes precificam ingressos com valores acima do que classes populares podem pagar. Consequentemente, a população de baixa renda fica impedida de frequentar esses espaços.

É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para facilitar o acesso democrático ao cinema no país. Posto isso, o Ministério da Cultura deve, por meio de um amplo debate entre Estado, sociedade civil, Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e profissionais da área, lançar um Plano Nacional de Democratização ao Cinema no Brasil, a fim de fazer com que o maior número possível de brasileiros possa desfrutar do universo dos filmes. Tal plano deverá focar, principalmente, em destinar certo percentual de ingressos para pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas. Ademais, o Governo Federal deve também, mediante oferecimento de incentivos fiscais, incentivar os cinemas a reduzirem o custo de seus ingressos. Dessa maneira, a situação vivenciada em ‘’Cine Hollywood’’ poderá ser visualizada na realidade de mais brasileiros.”

G1

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