Está marcado para acontecer hoje, às 13 horas, no Ministério Público Estadual, uma audiência do processo administrativo que apura o suposto uso de notas fiscais frias nas campanhas do deputado federal Vital Filho (PMDB), do estadual Guilherme Almeida (PSB) e do prefeito de Cabaceiras, Ricardo Jorge de Farias Aires (PSB). Depõem nesta tarde os empresários Erton Linhares e a esposa dele, Emanuele Prudêncio. Os dois adiantaram que vão confirmar a tese de uso de um talonário da Linhares & Prudêncio na campanha dos três.
Em entrevista ao Parlamentopb, Erton adiantou uma novidade que deve ser apresentada ao Ministério Público Estadual: "Conseguimos recuperar uma gravação de áudio e vídeo comprovando a nossa denúncia. As imagens não deixam dúvida de que o esquema de notas frias realmente existiu", disse ele.
A tese defendida por Erton é que os então candidatos Vital, Guilherme e Ricardo teriam usado notas frias da Linhares & Prudêncio, cujo talonário se encontrava em poder da Prefeitura Municipal.
Na prestação de contas de Guilherme Almeida, por exemplo, aparece uma nota fiscal da Linhares & Prudêncio emitida pela produção de publicidade e materiais impressos. Erton, contudo, garante não ter prestado o serviço.
"Nunca prestei aquele serviço ao deputado. Vendi, sim, notas fiscais a membros da gestão e ao coordenador financeiro da campanha de Vitalzinho. Salomão Augusto se apoderou de um talão e foram falsificados vários serviços que nunca prestamos para sangrar os cofres públicos", disparou Linhares.
A denúncia de uso de notas frias foi feita pelo casal Erton e Emanuelle ainda em 2006 e atingia diretamente o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). A citação de Guilherme Almeida na irregularidade, contudo, só foi divulgada no mês passado.