Gerir bem negócios é um talento das paraibanas. Inseridas em vários ramos de atividades, elas rompem cada vez mais barreiras e se consolidam em áreas antes consideradas masculinas. Mulheres taxistas, trabalhando em obras de construção, coordenando áreas de alto risco, donas de empreendimentos que atendem ao público masculino, entre outras atividades. Este é o perfil feminino do empreendedorismo no Estado.
Destaque em vendas de baterias elétricas, uma empresária campinense é exemplo em gestão de negócios no mundo dos veículos. Joseane Muniz, da Eletricar Baterias, mostrou tanta competência no ramo que já teve sua história de empreendedorismo reconhecida em nível estadual e nacional no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
Com visão de futuro, ousadia e necessidade de abrir o próprio negócio, a empresária decidiu investir numa área em que as mulheres não dominassem e está conseguindo colher bons frutos. “Minha família é toda de comerciantes. O meu pai achava que mulher não entendia de carro, não acreditou num negócio tocado pela filha, antes de 2008. Mas mostrei para ele e para o meu ex-marido que a questão é mais de administração e de gestão do que de gênero”, enfatizou.
Para ela, a oportunidade, aliada à determinação, foi decisiva para concretização da empresa. “Quando eu comecei, o maior desafio era fazer com que os clientes homens nos dessem credibilidade. Eles não acreditavam que uma mulher pudesse entender do assunto. Mas, com meu trabalho, tudo foi superado”, contou. Em 2009, ela foi reconhecida pelas baterias Moura, que facilitou negócios para ela. “Adaptei uma bateria para um transporte que antes ninguém ousou utilizar”, comentou.
Dona de oficina mecânica – A paraibana de João Pessoa, Maria de Fátima Juvenal da Silva, ficou conhecida pela mesma garra. Escolher a atuação profissional onde tem mais homens é delicado para as mulheres, mas aos poucos Maria se adaptou. Ela fez de um negócio com pouca expressão um empreendimento em expansão, aumentando cerca de 50% vendas e negócios. Ela é a proprietária da Oficina Monte Sião, localizada no centro da Capital.
Serviços de lanternagem, pintura e mecânica são oferecidos pela família, afinal seu empreendimento começou com a ideia do marido Francisco Marcelino. “Na verdade eu era doceira, vendia com muita dificuldade, tive um problema de saúde e não tive assistência trabalhista. Sem poder trabalhar fora de casa, resolvi ficar com meu marido auxiliando na oficina. A partir daí, tudo foi mudando para nós”, contou a empreendedora.
A força do empreendedorismo feminino – A força do empreendedorismo paraibano segue o exemplo das mulheres das demais regiões do país. De acordo com a gestora estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, Maria José Menezes, não há pesquisas que quantifiquem o número de empreendedoras no Estado, porém pesquisadores acreditam que dados sejam semelhantes aos nacionais. “O estudo mais recente é a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que revelou que, em 2009, 49,3% de todos os empreendedores do Brasil eram mulheres. Em 2002, elas representavam apenas 29% dos empreendedores do país”, explicou.
No próximo dia 28 de fevereiro, será realizada mais uma solenidade de reconhecimento do talento e empreendedorismo das mulheres paraibanas, com Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Na ocasião, serão revelados os nomes das quatro vencedoras da premiação. As primeiras colocadas da etapa estadual em cada categoria – pequeno negócio e negócio coletivo – irão concorrer com as vencedoras na etapa regional e podem ser indicadas para final nacional.
As empreendedoras paraibanas já são destaque no Prêmio. Desde a criação do concurso, o Estado já ganhou dois troféus de ouro, três de prata e três de bronze. Exemplos recentes são das paraibanas Joseane Muniz da Eletricar Baterias, de Campina Grande, vencedora do Troféu de Prata e Marcia Gondim, da Associação Flores da Vida Real, de Areia, troféu de bronze.