Até o início de janeiro do próximo ano, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), instalado no campus I da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, começará a ser administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O contrato que estabelece a parceria entre as duas instituições foi assinado ontem pela reitora da UFPB, Margareth Diniz. A informação foi repassada pelo superintende do HULW, João Batista de Souza.
Ele explicou que a chegada da empresa vai melhorar a qualidade dos serviços ofertados à população e negou que o caso se trate de uma terceirização. “A Ebserh é uma empresa pública, criada e mantida pelo Ministério da Educação e que está firmando parcerias com todos os hospitais universitários do país. Através dela, o governo federal vai realizar concursos públicos e melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes”, declarou. “Terceirização ocorre quando uma empresa pública abre licitação para contratar uma empresa privada, o que não é o que está acontecendo”, completou.
O superintende ainda acrescentou que levantamentos feitos no HU apontaram que a unidade de saúde precisa de, pelos menos, cerca de 1.900 profissionais em várias áreas. No entanto, ela só dispõe atualmente de 1.000. O déficit deverá ser suprido ainda este ano, após a implantação da Ebserh. “A previsão é que o governo federal faça concurso público para o HU para preencher 900 vagas permanentes por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares”, afirmou João Batista.
Em janeiro, com a instalação da Ebserh, caberá à reitora Margareth Diniz formar a diretoria do HU que vai administrar o hospital em 2014. Ela terá o direito de manter a equipe atual e de fazer substituições.
Através da assessoria de imprensa, a Ebsrh informou que, entre as medidas que serão adotados no HU, está a criação de um plano de reestruturação física da unidade de saúde, que envolverá recomposição do quadro de pessoal e de maquinário.
Outro objetivo é reativar leitos que atualmente se encontram desativados em decorrência da falta de pessoal.
O presidente da Central Sindical e Popular Comlutas, Marcelino Rodrigues, afirmou que a implantação da Ebseh contraria os interesses de movimentos sociais e de sindicatos que reúnem servidores das universidades federais. De acordo com o sindicalista, uma ação já foi aberta no Ministério Público para tentar anular a implantação da Ebserh. Além disso, ele afirmou que os servidores farão mobilizações. “No nosso entendimento, se trata de privação do hospital, que não vai trazer beneficio algum. Pelo contrário, vai permitir a entrada de empresas privadas, que vão encarecer os serviços. Além disso, não sabemos o que vai acontecer com os servidores ligados a movimentos sindicatos. Pesquisas e trabalhos para formação de estudantes serão prejudicados”, opinou.
Adesão da UFCG à Ebserh – A proposta de adesão do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) voltará a ser discutida amanhã pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em reunião agendada para as 9h, no auditório da reitoria. No ano passado, o Colegiado Pleno decidiu pela não adesão do HUAC à Ebserh. A direção do hospital é contrária à adesão.
O reitor Edilson Amorim decidiu incluir o tema na pauta, mesmo já havendo deliberação anterior. Ele defende a adesão do HUAC à Ebserh, alegando que, sem a adesão, a manutenção do hospital em Campina será impossibilitada e ainda será dificultada a entrada do Hospital Universitário de Cajazeiras, também pertencente à UFCG, no modelo administrativo da Ebserh, que prevê o investimento de R$ 200 milhões para a construção de 200 leitos em Cajazeiras. Já a diretora do HUAC, Berenice Ramos, afirma que a adesão representa uma espécie de privatização do hospital.
Jornal da Paraíba