O senador Efraim Morais (DEMOCRATAS-PB) disse em Plenário, nesta sexta-feira (14), considerar contraditório o comportamento do governo em relação ao combate ao vírus H1N1 (gripe A) – popularmente chamado de gripe suína. Na opinião do senador, a população está desorientada porque, apesar de afirmar não haver motivo para pânico com a nova gripe, o governo tem tomado medidas preventivas, como a suspensão de aulas e a instalação de equipes médicas e ambulâncias nos aeroportos, bem como o monopólio da aquisição do medicamento Tomiflu, utilizado no tratamento da doença.
É um pesadelo estranho, pontuado por informações contraditórias. De um lado, [o governo] diz que não há motivos para alarde, que tudo está sob controle; de outro, o próprio governo recomenda às escolas que suspendam as aulas e aguardem o momento mais seguro para retornar. Se não há o que temer, segundo as autoridades sanitárias, por que suspender as aulas? Se as aulas devem continuar suspensas, é porque alguma coisa de anormal ocorre – observou Efraim Morais.
O senador ressaltou que o Brasil já é o terceiro país em que ocorreram mais mortes em razão da nova gripe, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Argentina. Oficialmente foram registradas 277 mortes no Brasil.
Na opinião do senador, o Ministério da Saúde deve informar a sociedade de forma "firme e esclarecedora". Efraim destacou que a população, por não obter informações das autoridades sanitárias, passa a acreditar tanto em argumentos de especialistas como em palpites sem orientação científica.
Lina Vieira
Efraim também pediu que o artigo da jornalista Eliane Cantanhêde, publicado, pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira sob o título "Mentira tem perna curta", fosse registrado nos anais do Senado. No texto, citou o senador, a jornalista diz estranhar que os responsáveis pela Casa Civil da Presidência da República nunca saibam do que se passa no local. Ela citou como exemplos de tal afirmação as gestões do ex-ministro José Dirceu e da ministra Dilma Rousseff.
O senador lembrou que, na próxima terça-feira (18), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) vai ouvir a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, que teria recebido pedido de Dilma para agilizar o processo contra filho do presidente do Senado, José Sarney, encontro negado pela ministra. Na opinião do senador, os fatos serão esclarecidos na audiência.