O senador Efraim Morais (DEM) comentou hoje a derrota que sofreu nas urnas no dia 3 de outubro. Ele atribuiu a uma "articulação " operada na Paraíba e em nível nacional para que ele não fosse reeleito. O foco de sua queixa indireta foi o governo Lula, a quem criticou durante seu mandato, chegando a presidir a CPI dos Bingos: "Ao assumir com muita determinação e coragem a CPI dos Bingos, sabia que seria vítima de um esquema político que não queria a verdade. Fui avisado por meus amigos, mas eu acreditava que estava defendendo o Brasil e a Paraíba. Achei que ao ser eleito como oposição, estava exercendo uma atividade nobre. Nunca me calaram ou me meteram medo".
Efraim fez elogios à parceria política firmada com Cássio Cunha Lima (PSDB), o mais votado do pleito, com 1.004.183 e disse que parte de sua votação decorreu da influência do tucano: "A votação que tive em Campina Grande foi reflexo da força política de Cássio Cunha Lima, que me deu uma extraordinária votação. Não tenho como reclamar dele. Tive 70% dos votos que ele teve. O que me faltou foi a estrutura, que sobrou aos concorrentes. Sabemos a maneira pela qual eles chegaram. Não tenho que reclamar de ninguém, mas apenas agradecer ao povo da Paraíba".
O democrata não deixou dúvidas de seu empenho na campanha de Ricardo Coutinho, no segundo turno e prometeu lutar para aumentar a aceitação do candidato do PSB no Vale do Sabugi. "Continuamos com Ricardo porque acreditamos que ele é o melhor para a Paraíba".
Finalmente, ele falou sobre o especulado engajamento do senador Cícero Lucena na chapa encabeçada por José Maranhão e disse que o tucano teria impedido que algumas lideranças o apoiassem na reeleição:
"O voto é secreto. Mas, se ele votou, não me apoiou. Vários companheiros disseram que não votariam em mim porque Cícero pediu para que não votassem. Ele me disse que votaria e eu não posso duvidar, mas a outros ele disse que não votassem em mim".
Sem a reeleição, Efraim Morais disse que a partir de janeiro volta a ocupar o cargo de engenheiro da Suplan do Governo do Estado.