O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, anunciou na noite desta quinta-feira, 30, o que todo mundo já sabia. A ex-secretária de Educação, Edilma Freire, é a candidata do PV à sucessão municipal. Formalizou o fim de um processo estranho no qual tirou quatro importantes auxiliares, colocou-os numa corrida interna para que um deles se viabilizasse enquanto pré-candidato, mas faltou dizer os critérios que o escolhido ou escolhida deveria atender.
Cartaxo, aliás, é mestre nas respostas tangenciais que dizem algo sem significar quase nada. “O nome deverá ser o melhor a representar nosso projeto”.
E como danado identificar isso? pesquisa? apoios? Nada de objetivo foi citado.
Na live em que fez o anúncio, o prefeito também não disse o motivo pelo qual escolheu Edilma. Falou um monte sobre sua gestão, outro tanto sobre as ações da ex-secretária e atribuiu a ela uma “revolução silenciosa” na educação.
Discurso justo com ela, mas desconfortável para os demais que, obviamente, também deram uma contribuição substancial à gestão. Ficarão satisfeitos em serem preteridos na corrida em que não se sabia direito qual caminho escolher para atingir a linha de chegada?
Para acinzentar ainda mais o cenário do Partido Verde, existe um componente que vai incomodar a história do prefeito. Sempre que lançou um candidato, ele escolheu o irmão gêmeo, Lucélio. Agora, coincidentemente, o nome preferido foi da concunhada. Os adversários não o pouparão. Tanto que minutos depois o tucano Ruy Carneiro já ocupava a mídia para dizer que ele estaria, através de Edilma, tentando exercer um “terceiro mandato”.
O prefeito que se define como o homem do “diálogo” vai ter que conversar muito para segurar sua base e fazer com que a população assimile mais os predicados técnicos que Edilma carrega que os laços familiares que ela tem com os Cartaxo.