Durante audiência ocorrida ontem, na Câmara de João Pessoa, a secretária de Saúde, Roseane Meira, apresentou a prestação de contas dos investimentos feitos pela pasta na capital. De 2005 até hoje, foram cerca de R$ 1,5 bilhão disponibilizados para o setor. Depois da fala da auxiliar do governo, o presidente do Sindicato dos Médicos, Tarcísio Campos, subiu à tribuna. Ele anunciou a provável decisão pelo fim da greve, na assembleia da classe que acontece hoje à noite. Ao mesmo tempo, também reconheceu algumas melhorias na área. A postura causou um “reboliço” na bancada de oposição.
“Os números sem dúvida demonstram avanços. O que a gente deveria ter era uma análise qualitativa. Isso quem poderia mostrar era a população, através de suas associações e entidades”, comentou Tarcísio Campos. “Tenho uma avaliação pessoal de que a saúde de João Pessoa melhorou. Mas o questionamento que devemos também fazer é se melhorou proporcionalmente ao que a população merece”, observou.
Oposição – Assim que o presidente do Sindicato dos Médicos terminou de fazer o pronunciamento no plenário, a vereadora Eliza Virgínia (PPS) se disse “perplexa” com as palavras de Tarcísio Campos, por ele ser representante de uma classe que está em greve. “Ele jogou confetes na secretária. A gente vê uma crise tão grande, com ameaça de demissão coletiva e eu não esperava uma fala de Tarcísio tão amena e tão simpática. É bom que os médicos tomem conhecimento disso”, comentou.
“Eram somente ameaças da classe para conquistar os salários?”, criticou a parlamentar.
Ao subir na tribuna, Eliza Virgínia fez críticas à atual gestão. Ela lembrou, entre outras coisas, da lotação do Instituto Cândida Vargas e acusou a Prefeitura de transferir algumas gestantes para se submeterem a partos no vizinho município de Bayeux. “Parece até que a Prefeitura tem alguma coisa contra as mulheres”, alfinetou.
Em resposta às colocações de Eliza Virgínia, a vereadora Sandra Marrocos (PSB) saiu em defesa do município. Depois, em entrevista, ela afirmou que as colocações da oposição não teriam base sólida. “O presidente de uma entidade, como Tarcísio, vem a essa casa e reconhece os avanços do setor de saúde da cidade de João Pessoa. Daí, a vereadora Eliza, como coloquei no plenário, não fica para escutar o que os outros parlamentares têm para dizer. Por isso termina fazendo verdades sem ter ouvido o que foi realmente dito”, criticou.
Sandra Marrocos também rebateu as acusações segundo as quais as mulheres não seriam prioridades no governo do prefeito Luciano Agra (PSB). “Essa gestão vem criando instrumentos que propiciam a efetivação da política da mulher, a exemplo da secretaria especial de política pública para a mulher. No setor saúde, a Maternidade Cândida Vargas é uma das referências não só para João Pessoa, mas para o Nordeste, para o país, atendendo com UTI materna, UTI infantil, Banco de Leite (programa) Mãe Canguru”, citou.
Jornal da Paraíba