A falta de água na região de Monteiro fez com que a Diretora de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da cidade sugerisse, em tom de ironia, que a Cagepa fosse indicada a um prêmio do Ministério do Meio Ambiente ou mesmo da organização internacional Greenpeace. Clemilda Inácio afirma que Uma imagem que parecia ter sido esquecida há mais de 30 anos, quando a mais prolongada e abrangente seca nordestina registrada no ano de 1979 castigou o semiárido e perdurou até o ano de 1984, está de volta.
“Inconscientemente, não se sabe se por incompetência, ingerência ou falta de recursos humanos e financeiros, a Cagepa em Monteiro tem se destacado como um dos maiores órgãos de preservação do animal símbolo do semiárido nordestino: o jumento. Mereceria até a indicação a um prêmio do Ministério do Meio Ambiente, quem sabe até do Greenpeace, por obrigar a população a resgatar o animal, antes abandonado nas rodovias e que agora volta a cumprir um papel fundamental, que é o abastecimento de água da população.”
De acordo com ela, é cada vez mais comum, nos últimos dias, crianças e adultos percorrerem as ruas da cidade em direção aos reservatórios, com jumentos carregados de água.
Contabilizando aproximadamente cerca de 200 horas sem água, desde a sexta-feira da semana passada, dia 16, Monteiro se prepara para mais um final de semana de seca. Até às 11 horas da manhã deste sábado, 24, nenhuma gota havia chegado às torneiras das cerca de 9 mil residências do município.
“Nós ainda estamos no início do período de estiagem e o reservatório que abastece a cidade tem água suficiente para a população, sem haver necessidade de racionamento por até dois anos. No entanto, se a Cagepa continuar privando a população de ter água nas torneiras, vai faltar jumento para abastecer a cidade”, previu Clemilda.
O escritório local do órgão, segundo informações do diretor local, Marconi Patriota, não tem autorização para dar informações a respeito do assunto.
Em resposta a matéria publicada em vários portais no ultimo final de semana, quando já havia completado cerca de 100 horas sem fornecimento de água em Monteiro, a Assessoria de Comunicação e Marketing do escritório da Cagepa em João Pessoa alegou que o fornecimento de água deveria voltar ao normal ainda na terça-feira, 20.
“Uma equipe técnica está consertando o vazamento na adutora do Congo e o trabalho deve ser concluído ainda hoje”, esclareceu Hidelbrando Neto, assessor da empresa, revelando ainda que este seria o segundo conserto que a Companhia realiza na adutora desde a última sexta-feira.
“Já tínhamos consertado o vazamento, mas aconteceu outro e por isso, o abastecimento de água ainda está suspenso na cidade”, explicou Hidelbrando.