Um dia depois da festejada visita da presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) encontrou uma recepção radicalmente diferente da colega de partido. Poucas lideranças petistas compareceram na noite de hoje à Câmara de João Pessoa para a palestra proferida por ele sob o título “Brasil: 10 anos de Governo Democrático e Popular”. Além do presidente estadual, Rodrigo Soares, do municipal, Jackson Macêdo, e o superintendente da Emlur, Anselmo Castilho, poucas lideranças foram ouvir o ex-deputado.
Antes do evento, Dirceu falou com a imprensa, voltou a se dizer "injustiçado" e vítima de um julgamento político engendrado para encurralar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que teria acertado outras lideranças do PT, dentre as quais ele.
Dirceu negou que se sinta rejeitado pelos petistas paraibanos que não compareceram à sua palestra, a exemplo do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo:
– O prefeito tem a agenda dele. E não me sinto rejeitado. Muitos companheiros não vieram, mas estão solidários a mim e sabem que vou provar minha inocência. Nem que tenha que recorrer ao Direito Internacional.
Dirceu garantiu que impetrou embargos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o condenou a 10 anos e 10 meses de prisão por formação de quadrilha e admitiu recorrer ainda a foros internacionais, como o Tribunal Penal Internacional, em último caso. De toda forma, ele espera responder em liberdade pelos crimes atribuídos a ele no episódio do Mensalão.