O Ministério Público da Paraíba (MPPB) entrega nesta sexta-feira (31) o parecer relativo ao caso envolvendo o radialista Fabiano Gomes. O parecer será entregue ao desembargador João Benedito, que, a partir de hoje, pode decidir o destino de Fabiano, se ele será solto ou continuará na prisão.
A informação foi dada ao ParlamentoPB pelo advogado Sheyner Asfora, que integra a defesa do radialista.
Envolvido na Operação Xeque-mate, Fabiano Gomes foi preso preventivamente no dia 22, por determinação do relator do processo, desembargador João Benedito da Silva, por descumprir uma das medidas cautelares impostas na decisão decorrente da deflagração da 2ª fase da Operação Xeque-mate, no dia 13 de julho de 2018. A medida descumprida foi a de comparecimento periódico em Juízo, entre os dias 1º e 10 de cada mês, para informar e justificar suas atividades. Fabiano Gomes estava recolhido na sede da Polícia Federal, em Cabedelo, onde passou à noite.
No dia 23, após audiência de custódia, o radialista foi encaminhado para o presídio PB1, onde está preso desde então.
Problemas psiquiátricos enfrentados por Fabiano Gomes foram determinantes para que o radialista fosse encaminhado para a prisão no presídio PB1 e não para o presídio do Róger, para onde são recolhidos os presos provisórios.
A defesa do comunicador tentou mantê-lo na carceragem da Polícia Federal, mas não teve seu pedido atendido durante a audiência de custódia, que foi conduzida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho.
Operação Xeque-Mate
A Operação Xeque-mate foi deflagrada no dia 3 de abril de 2018 pelo Departamento de Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público do Estado da Paraíba, por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). A investigação concluiu pela existência de uma organização criminosa na qual agentes políticos e servidores públicos do Município de Cabedelo estariam envolvidos.
Fabiano Gomes está entre as 26 pessoas denunciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) na Operação Xeque-Mate. O comunicador foi o alvo da segunda fase da operação deflagrada pela Polícia Federal e o Gaeco, do MPPB, no dia 19 de julho, por estar coagindo testemunhas, agindo em nome da organização ou para benefício próprio.
O radialista foi apontado como articulador de todo o processo que culminou na alternância de gestores com a orientação do empresário Roberto Santiago, do Manaíra e Mangabeira Shopping.
Segundo denúncia protocolada pelo Ministério Público, a proposta de compra do mandato do ex-prefeito de Cabedelo, Luceninha, foi idealizada pelo radialista Fabiano Gomes. “Fabiano Gomes também recebera sua parcela por ter participado e, até mesmo, idealizado a compra do mandato”, aponta a denúncia.
Segundo se apurou, “o empresário Roberto Santiago e o prefeito afastado Leto Viana aproveitaram-se de uma janela de oportunidade deixada por Luceninha, que, pressionado por diversos credores remanescentes da campanha eleitoral de 2012, cedeu às investidas feitas por um grupo de pessoas, sob a regência de Fabiano Gomes e com o apoio e a escora financeira de Roberto Santiago, e acabou por transformar seu mandato eletivo e, consequentemente, a cidade de Cabedelo em um verdadeiro balcão de negócios escusos e não republicanos”.