Deputados estaduais, integrantes do clero, prefeitos, vereadores, lideranças políticas da região do cariri paraibano e representantes de entidades civis e profissionais de imprensa, visitaram nessa quarta-feira, 27, trechos das obras nos lotes 11 e 12, do Projeto de Integração do Rio São Francisco, nos municípios de Sertanea e Custódia, no Estado de Pernambuco.
A parte da obra realizada em PE até a serra de Jabitacá, que faz divisa com a Paraíba, deve sofrer atraso na conclusão. Prevista para ser inaugurada até o final de dezembro deste ano, pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o trecho de um percurso de 287 km, de acordo com previsão dos engenheiros do projeto só deverá estar concluído em novembro de 2011.
O arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagoto, disse que o atraso na entrega da obra não causará nenhum prejuízo para os mais de 2 milhões de paraibanos que serão beneficiados com as águas do Velho Chico. "Quem esperou séculos, um ano não causa maiores problemas", afirmou o arcebispo.
Ele destacou que o Projeto de Integração do São Francisco é uma obra estrutural, estruturante e redentora. " Ela serve para a segurança hídrica da região mais seca da Paraíba, vai perenizar os rios, trazer progresso, desenvolvimento e vai gerar produção, renda e qualidade de vida para todos", completou Dom Aldo.
Dom Jaime Vieira Rocha, bispo de Campina Grande, disse que a Integração do São Francisco é uma obra fantástica, a maior do século, realizada no nordeste e que vai resolver o problema mais grave enfrentado pela população do cariri, que é a falta de água. Dom Jaime defende que a Igreja Católica, os gestores públicos e, principalmente a população beneficiada, devem realizar campanhas de conscientização para o uso correto da água que vai chegar. "É água para matar a sede de um povo e para uso em pequenos projetos de irrigação, que irá produzir alimentos para famílias que irão morar em agrovilas ao logo do canal", afirmou.
O deputado Francisco Quintans (DEM) assinalou que o Projeto de Integração do São Francisco vai beneficiar uma população superior a 2 milhões de habitantes, em 18 municípios do cariri. A água vai entrar na Paraíba pela serra de Jabitacá, em Monteiro, divisa da Paraíba com Pernambuco. O Açude de Boqueirão e a Barragem de Acauã servirão como grandes barragens de armazenamento e desses pontos ela será distribuída, através de adutoras nos municípios contemplados pelo projeto.
Quintans destacou também que os 18 municípios que irão receber água do São Francisco, através do canal do Eixo Leste, obrigatoriamente, terão que executar projetos de saneamento básico, tratamento de esgoto, despoluição e a drenagem dos rios. " Essa é uma exigência do governo Federal para que os municípios se habilitem ao recebimento de água do Velho Chico", alerta o deputado.
Ele acrescentou que os prefeitos e o governo do Estado não estão cumprindo, integralmente, as exigências e que esse fator pode retardar, ainda mais, a entrada da água em território paraibano, até porque, "a água que está vindo é de qualidade, destinada ao consumo humano e não poderá ser jogada em reservatórios poluídos", disse Quintans.