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Deputado bolsonarista é denunciado pela PGR ao STF por forjar o próprio atentado

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Rio — O deputado federal Loester Trutis (PSL-MS) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) por forjar o próprio atentado em fevereiro de 2020. Na ocasião, Trutis alegou que o carro em que estava com um assessor foi atingido por cinco tiros durante uma emboscada, quando seguia para Sidrolândia, município a 74 quilômetros da capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande. As denúncias apontam comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo.

A investigação teve início depois da denúncia do próprio deputado bolsonarista, que se dirigiu à Superintendência da Polícia Federal. A ocorrência foi formalizada como suposta tentativa de homicídio. Agora, a denúncia da PGR será analisada pelo STF. Se o tribunal receber a acusação, o parlamentar passa a ser considerado réu, mas não há prazo para essa definição.

Trutis, que tem como uma de suas principais bandeiras a flexibilização do porte de armas de fogo, chegou a publicar fotos do veículo em que estava com marcas de tiros na lateral e nos vidros traseiros, quando houve o incidente. Ele está em seu primeiro mandato na Câmara e foi eleito com propostas conservadoras, na esteira do que defende o presidente Jair Bolsonaro.

Ainda em fevereiro de 2020, o parlamentar disse ao GLOBO ter reagido a um total de nove disparos, incluindo os cinco que teriam atingido seu carro. Na ocasião, falou em “susto” e “tremedeira”. Seu assessor, Ciro Fidelis, o acompanhava e conduzia o veículo. Ninguém saiu ferido, segundo a ocorrência registrada na PF naquele dia.

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirmou, de acordo com o G1, que a narrativa do deputado é “falsa” e denunciou o parlamentar ao STF.

“O que de fato ocorreu foi uma verdadeira simulação de tentativa de homicídio, na qual o parlamentar (A) e seu assessor (B), portando irregularmente arma de fogo de uso permitido, efetuaram disparos em via pública (estrada vicinal adjacente à Rodovia BR, 060) contra o veículo”, escreveu na denúncia.

Ainda segundo Medeiros, Trutis e seu assessor, Ciro Fidelis, “tiveram protagonismo na empreitada criminosa”. A Procuradoria-Geral da República disse também que o parlamentar tentou usar o incidente para levantar sua bandeira política.

“Assim, considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo deputado Loester Trutis; o parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da “morte”; e, ainda, ele aduz ter sido “vítima’ em razão de embates políticos no Estado de representação, vislumbra-se a conexão dos fatos apurados com a atividade parlamentar.”

Em relatório ao STF, a Polícia Federal apontou que o veículo descrito como autor dos disparos foi “exaustivamente procurado e não foi localizado”. O texto também aponta que Trutis e seu assessor “faltaram com a verdade durante os seus depoimentos”, ao deixarem de informar que saíram da rodovia BR 060, onde teria ocorrido o atentado, para duas estradas vicinais. Nestes locais, segundo a PF, “chegaram a parar e desligar a ignição do veículo, tal como se pode verificar da análise dos dados do rastreador do veículo”.

A corporação disse também que em uma dessas estradas vicinais foram encontradas “6 cápsulas/estojos de munição calibre 9mm, que foram provavelmente disparadas por uma pistola da marca Glock, além de um pequeno fragmento de vidro, que pode ser do carro”.

O laudo e as declarações do deputado federal indicaram que seria “extremamente improvável” que o parlamentar, na posição em que se encontrava no interior do veículo, não tivesse sido atingido por um dos disparos efetuados.

Além disso, a PF concluiu que “não seria possível que um dos disparos que atingiram o veículo ocupado pelo Deputado pudesse ser realizado por alguém que estivesse embarcado em outro veículo agressor, ou seja, o atirador deveria necessariamente estar desembarcado”.

Esta não é a primeira vez que o deputado se envolve com a polícia. Em novembro do ano passado, Loester Trutis foi preso pela PF em Campo Grande (MS) por guardar em casa armas de uso restrito, entre elas um fuzil. Naquela altura, já havia a suspeita de que o parlamentar teria forjado o próprio atentado. Mais tarde, o deputado federal foi solto após habeas corpus.

 

 

O Globo Online

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