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Dependência química: recaídas e sofrimentos

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Era uma sexta-feira de muito sol e, no interior de um Caps (Centro de Atenção Psicossocial), em Tambauzinho, bairro pessoense, iniciava-se uma roda de conversas, conduzidas pelo psicólogo Gênesis Meireles. Perspicaz no dom de ouvir e falar acerca de afetos, sentimentos, sensações e percepções, próprias da existência humana, ele reuniu homens e mulheres, com diferentes idades, à procura de acolhimento.

O grupo reúne-se frequentemente, com os mesmos ou outros personagens. Ressoam demandas individuais, coletivas, sociais, familiares, sexuais, comunitárias e, invariavelmente, problemas com o uso desmedido de álcool e outras drogas. Os excessos provocaram feridas que afligem corpo e alma.

Aquele ambiente parecia ser hora e lugar certos para falar da dor de cada um, que também atravessa todos, a despeito de singularidades e perfis tão diferenciados. Com bastante propriedade, o psicólogo tratou de esclarecer o verdadeiro papel da instituição. Há uma batalha diária em busca da redução de danos, assim como da reinserção familiar, resgate da autoestima e conquista de maior autonomia. É adotada uma cultura de acolhimento, em substituição a quaisquer formas de julgamentos, preconceitos e exclusões.

Naquele espaço, todos são iguais, independente de cor, orientação sexual, religião, crença, escolaridade, condição social e quantas recaídas o tenham. Sim, não contemos idas e vindas. Afinal, para quê? Perguntou o psicólogo (abordagem psicanalítica), do alto de sua experiência em saúde coletiva e sabedoria clínica.

De fato, essa conta é um desserviço ao sucesso de qualquer tratamento no campo da dependência química. Basta imaginar a avalanche de recaídas tão comuns aos seres humanos na correnteza da vida. No amor ou na profissão; ora dormindo, ora acordado; na saúde ou doença, quantos altos e baixos acumulam-se? Perdem-se os números, mas não se larga o hábito de apontar as alternâncias de cada ser.

São instabilidades, incertezas e inseguranças carregadas por todos, a exemplo de uma jovem de 22 anos, que assim sintetizou naquela roda de conversas: “O problema é a “pedra”, referindo-se ao crack, visivelmente dilacerada interna e externamente. Outras vozes sucederam-a, sempre pautadas por emoções e sofrimentos à flor da pele, onde expressões e gestos também falavam.

Sim, o corpo fala … E os olhares não necessariamente enxergam, mas sentem que podem ser, externar o verdadeiro “eu”, o seu self, agradando ou não. Ao final daquele encontro, paira a sensação de que cada um sai com bagagem emocional menos transbordante, ou pouco mais leve.

A terapia em grupo pode funcionar como bálsamo sobre vidas ávidas por mais carinho e atenção. Na despedida, sobraram aplausos, cumprimentos calorosos e convites para o almoço. Parabéns aos que formam aquele Caps, um centro verdadeiramente de elevação à saúde física e mental, como preconiza a reforma psiquiátrica, em detrimento às práticas estritamente medicamentosas e institucionalizantes.

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