O delegado da Polícia Federal Derly Brasileiro informou ao Parlamentopb ter solicitado uma equipe extra para reforçar a segurança no município de Solânea por causa das denúncias feitas pelo juiz eleitoral Ozenival dos Santos Costa e segundo as quais cabos eleitorais de candidatos estariam oferecendo drogas, especialmente crack, em troca de votos.
Derly, que realizou rondas ostensivas no brejo paraibano na semana passada, disse que conversou com o juiz e diante da preocupação dele, resolveu incluir Solânea no plano de segurança das eleições.
– O município não estava incluído, mas resolvemos prever uma equipe extra depois das denúncias do juiz. Já realizamos rondas em bairros mais afastados, mas não observamos nenhuma anormalidade. Mesmo assim, por precaução, a equipe deve chegar lá 10 dias antes da eleição – disse Derly.
Segundo o delegado, este foi o único caso relatado à equipe da PF durante a passagem pelo brejo da Paraíba:
– O que me chamou a atenção foi o clima de tranquilidade que encontramos. Essa denúncia de Solânea foi a única que recebemos.
O juiz de Solânea, Ozenival dos Santos Costa, disse que candidatos estariam oferecendo até drogas em troca de votos nas eleições deste ano. Segundo ele, o crack seria o entorpecente que virou moeda de troca no pleito. Apesar de dizer que a situação revela um retrato infeliz do eleitorado do brejo, Ozenival disse que a situação é real:
– O combate às drogas é principalmente na troca de votos por drogas. Temos aqui muita gente envolvida na droga. São consumidores que são utilizados por cabos eleitorais e, nas eleições municipais, até por candidatos, por incrível que possa parecer, num processo de troca de votos pelo crack. É uma situação constrangedora saber que as pessoas ainda são capazes de votar para ganhar uma, duas ou três pedras de crack. É uma infelicidade, mas é uma realidade que enfrentamos em Solânea e combatemos efetivamente.
Mercado Livre – Na entrevista ao Parlamentopb, Derly Brasileiro também confirmou ter tomado conhecimento do caso do analista de sistemas Josafá Filho, que incluiu um anúncio no Mercado Livre oferecendo o voto por R$ 20 e admitindo troca-lo por tijolos e telhas. O delegado declarou ter compreendido a atitude como uma brincadeira, mas não descartou a possibilidade de chamar o "anunciante" para prestar esclarecimentos:
– Eu entendi como uma brincadeira. Mas, foi uma brincadeira de extremo mau gosto, um deboche com a importância da eleição. As pessoas tendem a não levar a sério as questões eleitorais. Não acredito que ele quisesse mesmo vender o voto, mas pode ser que chamemos o rapaz para explicar melhor esse caso – disse.