Decisão do TSE sobre coligações ameaça candidaturas ao Senado

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não admitir que os partidos façam coligações diferentes ao Senado e ao governo estadual ameaça candidaturas nos estados, segundo líderes ouvidos pelo G1.

Na avaliação das legendas, a decisão deixa a eleição mais polarizada em torno de partidos maiores, que dispõem de mais tempo de TV, e, portanto, têm maior influência sobre a definição dos candidatos da aliança.

Na última terça (11), ao responder a consultas feitas pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), o tribunal afirmou que as legendas que se coligarem ao governo do estado só podem lançar dois candidatos ao Senado. Com isso, alianças onde há três nomes ou mais para o cargo terão de optar.

Entre as candidaturas que podem ser prejudicadas está a da vereadora carioca Aspásia Camargo, do PV, que pretendia se lançar ao Senado pelo Rio de Janeiro. No estado, o candidato ao governo será o deputado federal Fernando Gabeira (PV), e a coligação vai contar com PV, DEM, PSDB e PPS. No entanto, já há outros dois nomes lançados ao Senado pelos partidos: o ex-prefeito do Rio César Maia (DEM) e o ex-deputado federal Marcelo Cerqueira (PPS).

O coordenador nacional do PV Alfredo Sirkis, vereador no Rio, afirmou que o partido vai fazer uma nova consulta ao TSE sobre o tema, questionando mais diretamente se a existência de determinada coligação para governador torna obrigatória a reprodução da coligação para o Senado.

"Se o TSE decidir que sim, que precisa espelhar a mesma coligação, o prejudicado será o eleitor. (…) O resultado disso seria um engessamento artificial da disputa ao Senado, que tem uma lógica diferente da lógica na disputa para governador, que é estadual, enquanto que a lógica para o Senado é nacional", diz.

Sirkis, que coordena a pré-campanha da senadora Marina Silva à Presidência, afirmou que a situação no Rio "é muito complicada", mas que é preciso aguardar um novo posicionamento do TSE. "É extremamente fundamental a candidatura de Aspásia Camargo", afirmou, descartando de imediato, porém, que isso possa influenciar na aliança com os outros partidos.

De acordo com o vereador, a decisão pode prejudicar candidaturas do partido ao Senado no Acre, no Maranhão e no Espírito Santo, já que pode não haver espaço na chapa para candidatos do PV. "No caso do Acre, por exemplo, vamos apoiar o Tião Viana, por uma decisão da Marina. Já existe uma coligação entre PT e PC do B com outros nomes (para o Senado), e não há espaço para o PV. Seria importante ter um candidato ao Senado para a Marina ter palanque, já que o Tião vai apoiar a Dilma (Rousseff, candidata do PT à Presidência)."

São Paulo

Já em São Paulo, a decisão ameaça a candidatura de Soninha Francini (PPS), que pretendia concorrer ao Senado. No estado, o PPS vai apoiar a chapa do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que será possivelmente formada por PSDB, DEM, PMDB e PPS. Dois nomes já foram anunciados para o cargo de senador pela chapa: o ex-secretário do governo paulista Aloysio Nunes (PSDB) e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB).

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PE), diz que o partido "achou muito confusa" a resposta do TSE e que espera um novo posicionamento para saber se o partido poderá ou não lançar Soninha. "Acho que ainda precisa analisar (se a regra para coligação ao Senado e ao governo estadual deve ser a mesma) porque a eleição de senador é para o Parlamento, não para o Executivo. Cabe discussão." Freire disse, porém, que não há possibilidade de a legenda deixar de integrar a chapa de apoio a Alckmin.

Ainda em São Paulo, a decisão da Justiça Eleitoral levou o PTB a decidir não entrar na coligação que apoia candidatura de Alckmin em razão da candidatura do senador Romeu Tuma à reeleição. O partido vai sair sozinho e apoiar extraoficialmente a chapa liderada pelo tucano. Com isso, porém, vai ter menos tempo de propaganda eleitoral.

Minas

Em Minas Gerais, o PC do B agora avalia se irá se coligar a PT, PMDB e PR na eleição ao governo do estado e, com isso, abrir mão da candidatura ao Senado, segundo o secretário-geral da legenda, Walter Sorrentino. Na chapa Fernando Pimentel-Hélio Costa, ou vice-versa, uma vaga do Senado deve ser do PR. A outra, do PT ou PMDB. O nome que os comunistas pretendiam lançar ao Senado, José Vieira Filho, ficou sem espaço.

Sorrentino afirma que a decisão sobre coligações é um direito dos partidos. “Posso me coligar ao governo e não me coligar ao Senado”, protesta. Segundo o secretário-geral do PC do B, o “estrago” nas discussões sobre alianças ainda não foi calculado, mas é certo que as eleições ficarão mais polarizadas em torno dos partidos maiores.

A tese é apoiada pelo secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), para quem as eleições majoritárias “são para gente grande” e partidos que têm tempo maior de TV. Ele afirma que a possibilidade de dividir as coligações para lançar mais candidatos ao Senado não estava nos planos do PT em nenhum estado.

Paraná

Apesar disso, o PT vive um impasse semelhante ao reproduzido nas consultas. No Paraná, o partido quer lançar Gleisi Hoffmann ao Senado. Na base, há outros nomes colocados, como o do senador Osmar Dias (PDT) e do ex-governador Roberto Requião (PMDB). Orlando Pessuti, vice de Requião, assumiu o governo e pode se candidatar à reeleição. “Não sabemos se temos dois candidatos ao governo ou se três ao Senado. Alguns setores do PMDB estão decididos a lançar dois candidatos ao Senado. Aí você tem que fazer uma escolha. Isso pode estimular outra composição que fortaleça o Osmar. Ele pode virar candidato ao governo já que tem três candidatos ao Senado”, analisa.

Autor de uma das consultas, o deputado Eduardo Cunha diz que a decisão do TSE é uma “verticalização estadual”. Ele minimiza o fato de a consulta ter sido respondida negativamente e diz que a decisão não atrapalha o PMDB.

Cunha também ressalva que a consulta não serve apenas para o PMDB, mas também para partidos que querem se coligar com o PMDB e não poderão indicar nomes ao Senado por falta de “vaga” na coligação. “O PSC no Rio quer se juntar à coligação com o PMDB, e vai ter que optar: ou lança candidato a senador ou se coliga com a gente."


G1

 

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Réveillon promovido pela Prefeitura de João Pessoa reúne multidão na orla

Fábio Nogueira assume a Presidência do TCE nesta sexta-feira

Anvisa suspende fabricação e comercialização de massa de tapioca por conter creatina

Anteriores

fantasia

API-PB anuncia Baile à Fantasia dos Imprensados no Clube Cabo Branco

pedreiro

Suspeito de atropelar e matar ciclista em João Pessoa se apresenta à polícia

kemerson

Família procura por jovem desaparecido em Campina Grande; desespero aumenta com fake News

WhatsApp_Image_2025-01-12_at_22.07.19

Desembargador aposentado Júlio Aurélio Moreira Coutinho morre aos 89 anos

academia FOTO Pixabay

Policial militar morre após passar mal em academia em João Pessoa

deslizamento terra ipatinga mg FOTO bombeiros MG

Deslizamentos em Ipatinga deixam pelo menos cinco mortos

hospital FOTO marcello casal jr agencia brasil

Quebra de patente e acompanhamento podem viabilizar semaglutida no SUS

e65d922c-5493-43c8-ab5a-eb7b5b859141

João Azevêdo lança nesta segunda-feira plano de obras “Paraíba 2025-2026”

54258868013_b3a301c967_c

Novo presidente do TCE convoca gestores e sociedade para pactos pela cidadania e educação 

empregada domestica FOTO Pixabay

Sine-PB oferta 889 vagas de emprego em nove municípios