Cláudia Carvalho
O terceiro debate entre os candidatos a presidente do PT estadual começou com atraso e terminou abruptamente. Já passava das 19h30 de ontem, uma hora após o início previsto pela organização, quando Nabal Barreto, Luiz Couto e Rodrigo Soares foram chamados para compor a mesa no auditório da OAB em João Pessoa e passaram a expor suas bandeiras de campanha. Uma hora depois, o evento foi encerrado, por falta de condições de ser mantido. É que militantes ligados ao empresário Nabal Barreto se irritaram com a polarização do debate entre Rodrigo e Luiz, foram à frente da mesa e promoveram um protesto. A organização, notando o acirramento dos ânimos, achou melhor dar por encerrada a participação dos três.
"Eles reclamaram de regras com as quais concordaram", disse Jackson Macêdo, da comissão eleitoral do PED. Segundo ele, a condução do debate previa que o candidato poderia escolher para quem perguntar e isso fez com que Luiz indagasse a Rodrigo e vice-versa. Para o candidato que sobrava da escolha, era cedido um tempo de três minutos para tecer considerações a respeito do tema abordado pelos adversários ou para expor qualquer outra questão.
Debate – O terceiro debate começou com a apresentação e as primeiras exposições de cada um dos candidatos. O primeiro a falar foi o empresário Nabal Barreto. Ele disse que o PT paraibano não tinha o tamanho que o partido havia alcançado em outros Estados e que a representação parlamentar, tanto na Câmara de João Pessoa quanto na Assembleia Legislativa vem diminuindo: "Tínhamos quatro deputados e agora só temos dois. Já tivemos três vereadores, agora temos apenas dois. O PT também não está mais voltado para os movimentos sociais e é preciso resgatar esse trabalho de base", disse.
Em seguida, Rodrigo Soares contou sua trajetória desde a liderança de movimentos estudantis até a eleição para deputado estadual e afirmou que as eleições de 2010 são de suma importância para o PT. Segundo ele, o pleito vai mostrar se o povo aprova o projeto que o partido construiu para governar o Brasil: "Defendo alianças amplas para eleger a companheira Dilma Rousseff", pontuou.
O terceiro a falar foi Luiz Couto, atual presidente da sigla. Ele contestou veladamente as informações de Nabal e disse que o PT avançou, durante sua gestão, no número de diretório, comissões provisórias e filiados. Outro ponto ressaltado foi o saneamento de dívidas herdadas de gestões passadas: "Conseguimos pagar dívidas sem jogar essas informações na mídia. O PT hoje não deve nada e não jogamos a culpa em A ou em B", disse.
Ele também defendeu um projeto novo para a Paraíba e o fim da alternância de grupos tradicionais na política do Estado.