A presidente Dilma Rousseff tem travado, nas últimas semanas, embates com alguns grandes caciques políticos nacionais, que se agravaram após a derrota imposta ao Planalto na recondução de Bernardo Figueiredo para a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e nas trocas das lideranças governistas no Congresso. Mas esses mesmos personagens não se incomodam apenas com a perda de prestígio na máquina pública federal. O novo reordenamento político pretendido pela presidente também afeta as relações nos estados e municípios, onde eles mantêm seus redutos eleitorais.
Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) está na berlinda após a decisão de Dilma de substituir o peemedebista Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo na Casa. A presidente escolheu para o posto o também peemedebista Eduardo Braga (AM), um dos porta-vozes do grupo dissidente da legenda. Pessoas próximas a ele também enxergam nesse movimento um alerta para os planos do alagoano de ser presidente da Casa no próximo ano. “Sarney já dá sinais de que poderá não apoiar Renan. Ele gosta muita do líder do PMDB, mas gosta mais de manter o poder no Congresso”, afirmou um integrante da base governista que não simpatiza com nenhum dos dois peemedebistas.
Correio Braziliense