Brasília — O clima na CPI da Covid esquentou após um bate-boca envolvendo o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que prestou depoimento nesta terça-feira, e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Para acalmar os ânimos, o presidente da CPI suspendeu a sessão. Na volta, Omar Aziz pediu e o relador Renan Calheiros mudou a condição de Rosário de testemunha para investigado na comissão.
A confusão começou após Simonte Tabet contestar o depoente ao dizer que algumas irregularidades no contrato da vacina Covaxin foram descobertas não pela CGU, mas pela rádio CBN. Também disse que o Brasil teve um procurador-geral da República engavetador, e que agora tem um controlador-geral da União que “passa o pano”. O ministro da CGU reagiu.
— Com todo o respeito, eu recomendo que lesse tudo de novo, porque a senhora falou uma série de inverdades — disse Rosário.
— Não faça isso. O senhor pode dizer que falei inverdades, mas não me peça para fazer algo, que sou senadora da República — respondeu Simone.
— A senhora me chamou de engavetador, do que quis — continuou o ministro, acrescentando: — A senhora está descontrolada.
Alguns senadores disseram em seguida que ele é machista. Otto Alencar (PSD-BA) o chamou de moleque.
— Pau mandado descarado. Moleque. Moleque de recados. Respeite a senadora Simone Tebet, seu moleque — disse Otto.
— Moleque? Moleque? — reagiu o ministro.
— Moleque de recados — continuou
Em seguia, Omar suspendeu a sessão, mas a confusão continuou.
— Só as mulheres são descontroladas. Ele não vai destratar uma mulher mais uma vez — criticou Leila Barros (Cidadania-DF).
Na volta da sessão, Omar Aziz prestou solidariedade a Simone Tebet e fez um pedido ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL):
— Eu peço a Renan Calheiros que o senhor Wagner Rosário passe de testemunha a investigado.
O Globo Online