O coronel reformado da Polícia Militar Ivanildo Alves dos Santos recebeu ordem para parar na fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Federal no final da tarde de ontem quando se encontrava em um veículo Mitsubishi L-200 de placas MOH-0386, na BR 230, à altura do km 15, nas proximidades da Faculdade Ásper. O motorista não obedeceu e fugiu da abordagem policial.
A equipe da PRF seguiu o condutor, que passou a imprimir alta velocidade e manobras perigosas, colocando em risco a segurança dos demais usuários da rodovia. Alcançado, lançou seu veículo contra a viatura policial colidindo lateralmente com a mesma por duas vezes, chegando a arrancar um dos pára-choques da viatura. O acompanhamento continuou no bairro dos Bancários, onde o infrator por pouco não atropela três pessoas.
Finalmente, o veículo parou na frente da residência do acusado, onde foi feita a abordagem em nível máximo de alerta. O condutor, já desceu do veículo de arma em punho, com visíveis sinais de embriaguez, não se identificou e proferiu palavras de baixo calão.
Após não obedecer às várias solicitações de parar e colocar a arma no chão, aproximando-se e fazendo menção de disparar contra a equipe policial, foram feitos dois disparos de contenção no motorista, atingindo o ombro e o braço que portava a arma.
O condutor foi então identificado como Ivanildo Alves dos Santos, coronel reformado da Polícia Militar da Paraíba que, desde que desceu do carro e mesmo depois de controlado, proferia ameaças de morte aos integrantes da equipe policial.
Ivanildo foi encaminhado para atendimento médico no Hospital de Trauma por uma equipe do resgate do Corpo de Bombeiros. Ele foi cirurgiado e passa bem, estando sob custódia. Após a alta, ele deverá ser apresentado na Superintendência da Polícia Federal por desobediência e ameaça aos agentes federais, além das implicações de suas atitudes do ponto de vista do Código de Trânsito Brasileiro, devendo ser enquadrado pela prática de direção perigosa e por dirigir sob efeito de álcool.
A assessoria da Polícia Rodoviária Federal classificou a atitude dos agentes, que atiraram contra o motorista, como necessária: "A ação dos Policiais Rodoviários Federais observou os preceitos do uso progressivo da força, visando preservar não só a vida e a integridade física dos policiais como de moradores e transeuntes daquela localidade, ante ao iminente disparo daquela arma. Este fato, portanto, é individualizado e não atinge a parceria, o respeito e a amizade existente entre a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar da Paraíba".