Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Congresso quer criar regras até para DJ

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

O Congresso iniciou uma ofensiva para regulamentar as mais variadas profissões, inclusive algumas já reconhecidas pelo Ministério do Trabalho. Para governo e Judiciário, a aprovação dessas propostas pode excluir ainda mais do mercado quem não tem formação.

Tramitam hoje no Congresso mais de 200 projetos criando regras para o exercício de atividades como as de DJ, modelo, astrólogo, repentista, vaqueiro, acupunturista, musicoterapeuta, teólogo, entre outros.

São profissões que podem ser exercidas livremente, mas que passariam a exigir habilitação. Um dos projetos exige formação até para selecionar e analisar café. A discussão sobre o assunto virou febre e tem tomado grande parte do debate no Congresso. Tanto que já há projeto no sentido contrário, com o objetivo de evitar novas regulamentações.

Na semana passada, por exemplo, o Senado concluiu a votação de uma proposição que regulamenta a profissão de manicure, pedicure, cabeleireiro, barbeiro, esteticista, depilador e maquiador. Se virar lei, apenas quem tiver o ensino fundamental completo e curso de habilitação técnica específica poderá exercer essas profissões.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de 2007, 19,4% dos trabalhadores com carteira assinada não concluíram o ensino fundamental.

O Brasil tem 60 profissões regulamentadas e 2.460 reconhecidas. A diferença é que as profissões regulamentadas têm um salário base, uma lei que restringe o exercício àqueles que tenham qualificação ou habilitação exigida e podem ser incluídas em concurso público.

O governo tem vetado na íntegra a maioria desses projetos.

De 19 aprovados na última década, a Folha identificou vetos a 12. O argumento é que a Constituição assegura o livre exercício de qualquer ofício ou profissão, a não ser quando a atividade possa acarretar sério dano social, com riscos à segurança, à integridade física, à saúde, à educação, ao patrimônio e ao bem-estar.

"Boa parte das regulamentações decorre do atendimento a interesses corporativos de grupos minoritários se constituindo, basicamente, em reserva de mercado", disse Francisco Gomes, coordenador de identificação e registro do Ministério do Trabalho, em audiência pública no Senado.

A lista dos projetos vetados pelo governo inclui a regulamentação das profissões de supervisor educacional, musicoterapeuta, ecólogo (especialista em ecologia), turismólogo, arqueólogo, além da criação de conselhos federais específicos.

Para exercer a profissão de musicoteraupeta, o Congresso queria obrigar o profissional a ter formação superior na área. No país, apenas uma universidade oferece o curso de musicoterapia, em Goiás.

O ministro Ives Gandra Martins Filho, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), tem criticado projetos e chamado a atenção para a consequência de se estar excluindo pessoas do mercado de trabalho.

Carlos Ayres Britto, do STF (Supremo Tribunal Federal), compartilha do mesmo raciocínio. "O legislador está a granel regulamentando atividades que as pessoas exercem para sobreviver. Vai dar problema, porque a Constituição garante o livre exercício da profissão e isso limita. Esses casos podem ser questionados no Supremo."

Persistência

Os vetos, entretanto, não mudam a disposição do Congresso. O senador Gerson Camata (PMDB-ES), por exemplo, quer regulamentar a profissão de barista. O argumento é que "aquele cafezinho servido num copo de vidro no balcão do bar, da padaria, ou de cortesia nos restaurantes, é uma realidade que está sendo relegada ao passado".

Por isso, avalia, será necessário ter um profissional formado em curso profissionalizante para preparar a bebida.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) quer exigir dos DJs diploma de curso profissionalizante, carteira profissional de habilitação e certificado de capacidade profissional emitido pelo sindicato da área. "A atividade não mais comporta amadores ou aventureiros de primeira viagem", concordou o relator, Wellington Salgado (PMDB-MG).

A regulamentação de uma atividade implica também fiscalização específica. A maioria dos projetos que tramita no Congresso Nacional, porém, não prevê a criação de conselhos federais com poder para punir irregularidades.

Os congressistas evitam a proposta porque a Constituição de 1988 deixou dúvidas sobre se a criação dos órgãos é de competência exclusiva do presidente da República ou se pode ser feita pelo Congresso. O Supremo discute o assunto.

Folha Online

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Arthur Urso leva “esposas” para passear sem roupa íntima na orla de João Pessoa

Professores da UFPB desistem de candidatura e apoiam Terezinha e Mônica

Anteriores

Relógios apreendidos na operação

Polícia prende em João Pessoa servidor do TJPE por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro

Jannyne Dantas

Justiça mantém prisão de Jannyne Dantas, ex-diretora do Hospital Padre Zé

Gaeco operação curandeiros II

Gaeco deflagra operação contra fraude para libertar presos de forma irregular

Corrida da fogueira em campina grande

Prefeitura de Campina Grande abre inscrições para Corrida da Fogueira

Técnicos do TRE-DF realizam a conferência e a lacração de urnas eletrônicas para o 1º turno das Eleições 2022.

MPPB e Procuradoria Regional Eleitoral discutem atuação de promotores nas eleições 2024

Violência contra mulheres, estupro

A cada 8 minutos, uma mulher é vítima de estupro no país

90101644-eef1-470c-865b-76d15822810a

Ministra das Mulheres participa de sessão um dia após “equívocos” do presidente da AL

joaobenedito (1)

TJ aprova criação de mais sete vagas de desembargador na PB

emersonpanta

TCE imputa débito de R$ 2 milhões a Emerson Panta por contratação de advogados

17113967826601d7aec1edd_1711396782_3x2_lg

Moraes diz que não há evidências de que Bolsonaro buscou asilo na Embaixada da Hungria