No último dia 29 a Igreja, no mundo inteiro, celebrou a festa solene de São Pedro e São Paulo Apóstolos. Celebramos com essa festa a confissão desses homens na Pessoa de Jesus Cristo. O seguimento de Jesus sempre nos porá diante de uma confissão existencial, e não somente diante de uma confissão dos lábios. Pedro e Paulo foram discípulos que escolheram passar pela cruz, entregaram suas vidas livremente por causa do Evangelho; eles deram um “sim” generoso e cheio de fecundidade, e o fizeram pela via da cruz de Jesus.
Jesus escolhe Pedro para estar à frente de seus apóstolos, chama-o de “Pedra”; confere a esse o poder de guardar as chaves da Igreja (Mt 16, 17-19). A missão de Pedro é intrínseca ao mandato pastoral que lhe foi acreditado em relação à Igreja de Nosso Senhor. Quando Jesus caminha resolutamente para Jerusalém, isto é, para a sua morte, Ele envolve os seus discípulos na decisão de segui-lo e de confessá-lo. Não basta saber quem é Jesus ou dizer que Ele é um grande profeta, faz-se necessário estar próximo dele, comprometendo a própria vida. Foi isso que Pedro e Paulo fizeram!
Mas o que significa confessar Jesus? As páginas do Evangelho asseguram-nos que tal confissão perpassa pelo anúncio. Confessar Jesus é o mesmo que assumir a sua vida e anunciá-lo, levando a todos a mensagem da cruz e da ressurreição. O Apóstolo Paulo pôde confessar Jesus na sua própria carne, fez-se anunciador da Boa Nova do Evangelho aos diversos lugares. Não se poupou, comprometeu suas energias e tempo por causa de Jesus.
Sabemos que a realidade de confessar Jesus, de carregar a sua cruz, é sempre dura de acolher – nem sempre a carregamos com alegria. São muitos os desafios que devemos enfrentar na vida, talvez uma enfermidade que tenhamos que carregar anos à fio, ou dificuldades na convivência familiar. Os problemas talvez não irão desaparecer, mas devemos nos convencer que seguimos o Cristo Crucificado, aquele que abraçou o universo inteiro na altura da cruz. Somente o amor do Senhor pode nos tomar em suas mãos seguras e nos elevar rumo a Deus, e não importa o tamanho de nossa fé. Ele só pede um coração livre e generoso, capaz de confessar seu amor de cruz!
“Que Cristo habite pela fé nos vossos corações de modo que, arraigados e fundados na caridade, possais compreender, com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo (…)” (Ef 3, 17).