Cláudia Carvalho
A candidatura do senador Cícero Lucena ao Governo ainda nem saiu de cena, mas as articulações decorrentes dela já foram deflagradas em Brasília, onde o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, manteve um contato com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, avisando da desistência do tucano e informando ao presidente do PSB as exigências que seu partido faz ao se incorporar à pré-candidatura de Ricardo Coutinho (PSB) ao Governo. Os três pontos inegociáveis do ponto de vista tucano são a indicação do vice na chapa de Ricardo, a celebração de alianças proporcionais e a cessão de tempo de televisão para a defesa da candidatura de José Serra a presidente.
Entre os nomes cotados para a indicação de vice do PSB estão o ex-deputado Ivandro Cunha Lima, os deputados Romero Rodrigues e Zenóbio Toscano, além do secretário-geral do PSDB, João Fernandes.
O dirigente do PSDB adiantou a Eduardo Campos que a decisão de Cícero já está tomada e comunicada oficialmente à cúpula partidária, restando apenas ser divulgada, na coletiva que o senador convocou para esta sexta-feira, 7, às 12 horas na sede da OAB da Paraíba, no Centro de João Pessoa.
Pelo que o Parlamentopb pôde apurar, Cícero vai demonstrar seu ressentimento por não ter obtido o apoio do partido e também deve declarar sua posição de neutralidade, recusando o apoio a Ricardo Coutinho e também ao governador José Maranhão (PMDB). Os filiados do partido serão liberados para votar em quem quiserem para governador na eleição de outubro, sem risco de sanção.
Outra informação a ser dada é a convocação do deputado estadual Ruy Carneiro e do ex-procurador jurídico da Assembleia, João Fernandes, para ajudarem na campanha de José Serra na Paraíba. Segundo uma fonte tucana, eles serão "a infantaria" do general Cícero, responsável pela coordenação nordestina de campanha do presidenciável do PSDB.