Com a saída do ministro Joaquim Barbosa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), antecipada nesta terça-feira pela colunista Mônica Bergamo, da Folha, as eleições de 2010 devem ser comandadas pelo ministro Ricardo Lewandowski. A posse só deve ocorrer em abril de 2010, quando termina o mandato do ministro Carlos Ayres Britto.
Indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) em 2006, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro já esteve envolvido em uma polêmica no caso do mensalão –suposto esquema de compra de votos pelo Executivo.
Em agosto de 2007, quando o STF avaliava a denúncia do Ministério Público Federal, ele foi flagrado pela reportagem da Folha afirmando que a "imprensa acuou o Supremo" no julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no escândalo. "Todo mundo votou com a faca no pescoço", afirmou Lewandowski, segundo a reportagem da Folha. "A tendência era amaciar para o Dirceu [ex-ministro e deputado cassado]."
Lewandowski nasceu no Rio de Janeiro e ingressou na magistratura em 1990, como juiz do extinto Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo.
Foi promovido ao cargo de desembargador do TJSP em 1997. Ele é doutor em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Master of Arts em Relações Internacionais pela Fletcher School of Law and Diplomacy, da Tufts University, administrada em cooperação com a Harvard Universit.
Saída
Barbosa confirmou hoje que vai deixar o TSE. A decisão de Barbosa foi motivada pelas fortes dores que sente na coluna após passar muito tempo sentado. Normalmente, as sessões do TSE ocorrem depois das do STF (Supremo Tribunal Federal).
Barbosa disse que preferiu tomar a decisão de renunciar agora a esperar até março, quando assumiria a presidência do TSE. "Foi difícil, porque muda muita coisa internamente [no TSE]", Venho tentando melhorar, mas não deu. Não vou protelar isso até março do ano que vem."
Folha Online