Já que Bolsonaro adora metáforas de cunho sexual como linguagem política, usarei sua estratégia. Porém, respeitosamente e sem vulgaridades explícitas.
Na gestão da crise do novo coronavírus, Bolsonaro segue isolado, cabisbaixo. Na direção contrária do mundo, dos seus mais importantes ministros, Mandetta, Guedes e Moro, e até de Trump, ele não consegue dar uma dentro.
Enquanto todos defendem o distanciamento, ele prefere o acasalamento social já. Brigou com todo mundo, até com o ministro da saúde. Desolado, sozinho, Bolsonaro vive batendo, Mandetta! Não sei até quando o senhor aguenta.
Cansado de fraquejar e com o senso de oportunidade ligado, o presidente tinha de achar uma solução rapidamente para sua impotência. Foi aí que surgiu a cloroquina na sua vida e seus problemas, em tese, acabaram. Pronto. O circo estava armado.
A cloroquina é o Viagra de um presidente politicamente impotente. Para manter o governo em pé, a economia funcionando, recomenda todo dia, até na padaria. Mas existe um detalhe: ao contrário do Viagra, a cloroquina ainda não tem respaldo científico e seus efeitos colaterais podem ser desastrosos – embora possa proporcionar um alívio momentâneo para alguns.
O próprio ministro da saúde, que é médico, já disse pra ter cuidado com isso daí. Mas o homem só fala nisso, só pensa naquilo e faz questão de contar pra todo mundo que funciona, o que nos faz lembrar da sua velha fama de “Cavalão”, da virilidade dos tempos de Exército. E nada detém sua nova fixação. Ela fez até esquecer um pouco o PT, acredita?
Apesar dos riscos, sobretudo para os idosos, seu entusiasmo é contagioso. Ele segue receitando. A cloroquina virou a cura dos impotentes. Dizem as más línguas que o ‘véi da Havan’ também adorou essa receita.