O professor paraibano Reginaldo Marinho iniciou uma campanha de clientes insatisfeitos contra a operadora de telefonia Claro. O foco das queixas de Marinho é específico: a conexão à internet 3G da empresa não funciona como o marketing promete. Insatisfeito com as oscilações na velocidade, Marinho já procurou até a Anatel e o Juizado Especial para conseguir ter direito ao serviço que contratou: um acesso à internet de 500 kpbs.
"Desde o dia 19 de abril que o serviço de navegação na internet oferecido por essa operadora não funciona adequadamente e as reclamações que prestei aos vários setores não foram suficientes para corrigir o problema. Estou colecionando um grande volume de aferições de velocidade que ficam na faixa de 50 kbps, velocidades de conexão inferiores à da internet discada que é de 56kbps, para quem tem um contrato de 500kbps pela tecnologia 3G banda larga é uma distância muito grande e indica um processo fraudulento de comercialização de um produto, sem que haja nenhum instrumento público que defenda os interesses da sociedade", contou ele ao Parlamentopb.
O problema é igual ao do DJ Carlos Villarim, que demonstrou ainda mais frustração com a Claro. Ele optou por um plano de 1 Megabyte e também se depara com velocidades inferiores a que teria se usasse uma conexão discada: "Nunca consegui aferir uma velocidade igual à que comprei. O máximo que já tive foi 900 kbps. Reclamei diversas vezes à Claro, que alegou existir uma oscilação que ela considera normal, mas a Anatel disse o contrário: a operadora tem que prestar o serviço que vendeu. Eu comprei a velocidade de 1 mega e quero usá-la", disse, acrescentando: "Estou arrependido de ter contratado o serviço. Mais ainda porque optei pela ‘porcabilidade’ e, agora, meu celular também deixa de funcionar com muita frequência. Muitas vezes, clientes e amigos me ligam e ouvem a mensagem de que meu número não existe. A Claro me deixou no escuro", declarou.
Se é ruim com ela, pior ainda sem ela. A locutora Susy Christina teve problemas no modem através do qual acessava a internet 3G. Enviou o equipamento pelos Correios para ser consertado. Ele voltou 45 dias depois e, aparentemente, funcionava. Dias depois do retorno, contudo, o defeito voltou a se repetir. "Vou continuar sem internet e não sei quando o problema vai ser resolvido. Não sei, sequer, se vai ser resolvido porque o modem já foi ao conserto e voltou a apresentar defeito".
Resposta – O Parlamentopb entrou em contato com a Claro para obter a versão da operadora sobre as queixas. A alegação foi a seguinte: "A Claro comercializa planos de banda larga móvel em três velocidades: 250 kbps, 500 kbps e 1Mbps. A velocidade de conexão, no entanto, pode sofrer variações ou oscilações de acordo com situações descritas em contrato, como condições topográficas e/ou climáticas, velocidade de movimento, distância que o cliente se encontrar da Estação Rádio-Base (ERB), número de clientes associados à mesma estação Rádio-Base, entre outros fatores externos que possam interferir no sinal.
A Claro mantém o objetivo constante de prestar serviços com qualidade a seus clientes. No caso de ocorrerem fatores externos, independentes da sua ação ou vontade, que podem influenciar diretamente na velocidade de tráfego dos Planos Banda Larga 3G, a Claro garante, no mínimo, 10% da velocidade nominal contratada dentro de sua rede. Essa prática é adotada para os serviços de banda larga".
O caso do modem da cliente que ficou sem o equipamento por 45 dias foi tratado como responsabilidade do fabricante.