O senador Cícero Lucena mantém neste final de semana sua agenda de visitas pelo interior do Estado. Ao mesmo tempo, ele declarou que o processo de construção de uma candidatura tucana ao Governo da Paraíba segue dentro do rumo esperado: "Está tudo dentro da nossa expectativa. Estamos indo às cidades, visitando as lideranças e consolidando essa postulação. Cássio Cunha Lima deve retornar em setembro e deverá confirmar nossa candidatura", declarou.
Apesar da confiança de Cícero, a maior especulação da política paraibana é a possibilidade de apoio de Cássio à candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo. Muitos aliados do socialista, inclusive, apostam na saída de Cássio do ninho tucano para compor, com mais tranquilidade, a chapa do prefeito de João Pessoa. Cícero, contudo, não vê fundamento nessa tese: "Cássio não tem razão para deixar o PSDB. Ele tem bom trânsito com as lideranças nacionais, a garantia de legenda para o Senado e, além disso, são do PSDB todas as lideranças com mandato que lhe apoiam. Não há motivo para sair", disse.
Quando perguntado sobre o nível de seu acirramento político e pessoal com o prefeito de João Pessoa, Cícero respondeu: "Isso eu entreguei a Deus porque ele sabe quanto fui injustiçado pelo prefeito".
Pazes – Enquanto expõe seu sentimento de desagrado com Ricardo Coutinho, Cícero também não esconde que reatou uma relação de amizade com o empresário Roberto Cavalcanti, senador pelo PRB e um dos principais adversários do ex-governador Cássio Cunha Lima. Segundo Cícero, sempre houve um entendimento amistoso entre ambos, mas, por razões políticas, o diálogo ficou cada vez mais raro. Como os dois passaram a se encontrar no Senado desde o final de fevereiro, quando Cavalcanti assumiu, na vaga deixada por José Maranhão (PMDB).
"A gente vai ficando mais experiente e vai amadurecendo as relações. Sempre tivemos uma relação de amizade, mas a política nos distanciou. Agora, estamos participando juntos de várias comissões e, além disso, as diferenças já passaram. Eu tenho vários amigos que pensam diferente de mim. Gilvan Freire é meu amigo íntimo, mas não vota em mim. Armando Abílio diz que me adora, mas não vota em mim. O deputado Trocolli Júnior é meu irmão, mas é antagônico a mim. Eu convivo bem com essas diferenças", resumiu o senador.