Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Chico César, música e política

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Faz pouco mais de dois anos que a história do Brasil parece andar para trás.

As polêmicas que rendem manchetes em todo Brasil atualmente são as mesmas de décadas passadas.

É o caso da abordagem feita “carinhosamente” por um fã ao cantor e compositor Chico César.

Depois que o artista publicou um vídeo com uma canção de amor (Pisa menos), surgiu um comentário que aconselhava o paraibano a deixar de lado os temas político-ideológicos, como se a música e a política não pudessem estar juntas.

Quando era mais jovem, desenvolvi ojeriza a um grupo musical da época, o Oasis, porque um dos integrantes havia reclamado da politização do U2, minha banda favorita. Dizia que a finalidade da arte seria divertir e não despertar reflexões.

A discussão sobre esse tema é, obviamente, muito mais antiga que os anos 2000 e se confunde com a própria história da arte. Para que ela serve? Para entreter? agradar a alma? estimular questionamentos? Ou todas as alternativas juntas?

A arte serve para o que o apreciador quiser. Concordo com a resposta de Chico ao fã, apesar de considerá-la ríspida. No cerne, porém, é irretocável. O artista tem toda a liberdade de moldar sua produção como bem entender. É a famosa liberdade de expressão. Se o que lhe desperta o interesse ou causa revolta é o descontentamento político, deve ser extravasado. Chico César não é o único. O paraibano Geraldo Vandré imortalizou “Pra não dizer que não falei das flores”, hino de 10 entre 10 manifestações políticas no Brasil desde 1968. Outro Chico, o Buarque, também se notabilizou pela excelência em inserir em sua vasta e premiada obra as questões sociais do Brasil.

Não gosta? Não  ouça.

Há inúmeros outros casos em que o teor da produção artística não é explicitamente político, mas o que dizer do nosso samba ou do forró? A essência está na valorização de nossa cultura, na narrativa do cotidiano das dificuldades dos morros cariocas ou do sertão do Brasil. A política, caro fã de Chico César, está em tudo. Até mesmo no que você não percebe.

Quando Chico pede “Pisa menos”, está sendo também político. De acordo com a definição de Aristóteles, a finalidade da política era a “felicidade humana”. Sem “pisadas” da amada, Chico será mais feliz.

Pise menos. Ouça mais música. Politize em sentido amplo sua vida. O problema do país não está na política ou na arte politizada. O que nos mata é a politicagem e as conveniências que regem o jogo do poder.

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Arthur Urso leva “esposas” para passear sem roupa íntima na orla de João Pessoa

Professores da UFPB desistem de candidatura e apoiam Terezinha e Mônica

Anteriores

foccotce (1)

TCE assume coordenação do Focco-PB e presidente destaca importância do fórum

pastedecarnecomacusar (1)

Deputados aprovam pastel de carne com açúcar como patrimônio imaterial da PB

vacinaferreira (1)

Vacinação contra dengue é suspensa na Capital até que Ministério da Saúde envie novas doses

Aguinaldo Ribeiro, fonte Câmara dos Deputados

Lula defende Aguinaldo como relator da regulamentação da reforma tributária

Cícero Lucena em Mangabeira

Cícero confirma licitação para construir ponte ligando Mangabeira ao Valentina

Herman Benjamin, stj

Paraibano Herman Benjamin é eleito novo presidente do STJ

Cigarros eletrônicos

Vigilância Sanitária determina apreensão de cigarros eletrônicos em todo Estado

João Azevêdo programa

Governo inclui no PPP-PB construção de estacionamento vertical na Epitácio com 1.500 vagas

Acidente próximo ao viaduto do Forrock

Motociclista sofre parada cardíaca após acidente e é reanimado pela PRF na BR-230

Jucélio Dantas é acusado de assassinar kaliane Medeiros

Caso Kaliane: ex-namorado é condenado a 30 anos por homicídio e feminicídio