Cássio discute pauta econômica com Eduardo Campos

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Em audiência mantida hoje à tarde com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), no Palácio Campo das Princesas, em Recife, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), declarou que a Paraíba tem tudo para crescer junto com Pernambuco e fez uma analogia com o crescimento histórico de Minas Gerais na esteira do desenvolvimento do Estado de São Paulo. “Será muito bom para a Paraíba ser em relação a Pernambuco, o que Minas Gerais é para São Paulo, que cresceu de maneira significativa nos últimos anos, tendo consolidada a terceira posição entre todos os estados da federação”.
 
Cássio ressaltou que ser essencial que o Nordeste, e em especial os estados fronteiriços se articulem para o desenvolvimento de maneira conjunta: “Óbvio que a Paraíba não será submissa a nenhum Estado”, disse . O senador declarou que não é demérito algum para a Paraíba reconhecer que Pernambuco tem uma economia mais forte e que temos que aproveitar as oportunidades para cada vez mais desenvolver o nosso território, atraindo cada vez mais empresas, como tem feito acertadamente o governador Ricardo Coutinho, ao agir em parceria com Pernambuco.
 
Integração Cabedelo/ Suape – No encontro desta tarde participou também o vice presidente do Complexo Industrial de Suape, Fred Amâncio e discutiram formas de aumento da cooperação entre os Portos de Suape e Cabedelo, inclusive através de visitas técnicas entre as direções dos portos para estreitar cada vez mais a parceria entre os dois estados, conforme entendimento prévio com o governador Ricardo que tem incentivado de maneira absolutamente correta a integração entre os dois estados.
 
Cota de Exportação de Açúcar – Também foi tratado na reunião o aumento da cota de exportação de açúcar para os EUA, “esta é uma injustiça histórica contra a Paraíba. Hoje a cota é menor do que a produção de açúcar. Perdemos empregos, impostos e desenvolvimento”, afirmou o senador que foi buscar o apoio do governador Eduardo Campos neste pleito de extrema importância para a nossa economia.
 
Em dezembro do ano passado, o Governador Ricardo Coutinho, e dirigentes do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool da Paraíba foram recebidos em audiência, em Brasília, pelo então Ministro da Agricultura, José Alberto Bento Ribeiro para tratar da questão do aumento da cota de exportação.
 
Cássio Cunha Lima anunciou também, que está mobilizando a bancada paraibana no Congresso Nacional, para alterar portaria do Ministério da Agricultura (MAPA), que fixa critérios de cotas por Estados para a exportação do álcool para os EUA. “O atual modelo adotado é desproporcional, pois a Paraíba fica com apenas 2,56% do total exportado contra uma média nacional de 8,5%. É um pleito legítimo da indústria, dos produtores e uma questão de justiça com o nosso Estado”, sustentou o senador paraibano.
 
Etanol – Entre 2009 e 2011, as exportações brasileiras de etanol caíram 42,4%, para 1,5 milhão de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Brasil. Em 2012, a expectativa é que haja novo decréscimo. O recuo é justificado por um conjunto de motivos, como a redução da disponibilidade do produto para exportação, causada pelo aumento do consumo de etanol no mercado interno e o maior uso da cana para fabricação de açúcar, além dos persistentes efeitos da crise financeira internacional nos Estados Unidos e na Europa, que contiveram a demanda por combustíveis importados.
 
A legislação energética norte-americana para combustíveis renováveis prevê a utilização de até 136 bilhões de litros até 2022, dos quais se estima que o Brasil possa contribuir com exportações de 15 bilhões de litros de etanol. Já a Comunidade Europeia estima que até 2020, o bloco alcance uma cota de 20% de energias renováveis no consumo final bruto de energia e cada país membro atinja a meta mínima de uso de 10% de energia renovável no setor de transportes. A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), principal associação de usinas do Brasil, projeta que o consumo europeu ficará entre 15 bilhões e 20 bilhões e litros – um mercado atraente para o etanol brasileiro.
 
A área utilizada na produção de cana-de-açúcar na safra 2010/11 cresceu 8,4%, para 8,03 milhões de hectares, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a produção de cana subiu menos, 3,4%, para 624,9 milhões de toneladas, em virtude da queda de 4,6% no índice de produtividade – decorrência da estiagem prolongada na região centro-sul e da chuva irregular no norte e no nordeste. O Estado de São Paulo, que concentra 54,23% da área de cana no país, registrou crescimento de 5,5%, para 4,3 milhões de hectares.
 
Com os preços do açúcar em alta no mercado externo, as usinas brasileiras elevaram a fabricação do produto. A produção de açúcar foi estimada pela Conab em 38,6 milhões de toneladas, 16,9% a mais do que na safra 2010/2011. Entretanto, a maior parte da cana colhida no país – 53,8% – continuou sendo usada para geração do combustível. A estimativa para a fabricação de etanol é de 336,2 milhões de litros, com elevação de 7,5% sobre o período anterior.

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