O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) reforçou hoje em entrevista concedida à Rede Paraíba Sat a sua previsão de que o recurso ordinário contra o indeferimento de sua candidatura ao Senado não seja julgado esta semana. Ele acrescentou que o advogado Torquato Jardim entrou no caso e pediu o adiamento da análise por causa de uma viagem que fará ao México. Segundo Cássio, seu representante jurídico, Eduardo Alckmin, acatou o pedido por "fidalguia". Mesmo assim, o tucano, que teve 1.004.183 votos, emplacando a maior votação para o Senado, acusou o adversário José Maranhão (PMDB) de patrocinar a entrada do ex-ministro no caso com a intenção de adiar o julgamento:
– Para minha surpresa, eu confesso que não entendo porque tanta perseguição, qual a razão de Maranhão não me esquecer. O julgamento não será esta semana porque Maranhão contratou um renomado advogado, ex-ministro do TSE, Torquato Jardim, para tentar impedir a minha posse no Senado, numa demonstração renovada de desrespeito à soberania do voto popular, insatisfeito com a cassação de meu mandato. O advogado pediu o adiamento do julgamento em decorrência de uma viagem e por civilidade, meu advogado acolheu o pedido em nome da boa convivência. Hoje é dia do portador de necessidades especiais e eu acho que seria muito melhor ele [Maranhão] pegar esse dinheiro, que são honorários expressivos, e doar à Apae de Campina Grande ou ao Padre Zé de João Pessoa. Não sei porque ele não me esquece, mas vamos ter que aguardar mais uma semana.
Sobre Cícero – Cássio também falou sobre o papel do senador Cícero Lucena (PSDB) na campanha do presidenciável José Serra e concordou que o presidente do ninho tucano na Paraíba não foi visto durante o primeiro turno no Estado:
– Já é matéria vencida o fato de Cícero não acompanhar a candidatura de Ricardo. Isso estava dentro dos nossos entendimentos. Ocorre que temos um novo momento que é o segundo turno que tem Ricardo contra Maranhão e a presença de Dilma com Serra no segundo turno. Precisamos deixar de lado as questões do processo estadual e unificar o PSDB em torno da candidatura do partido à presidência. O partido tem um espaço importante na chapa de Ricardo com Rômulo Gouveia na vice.
Segundo Cássio, ele mesmo pediu que fosse providenciado material de campanha para os eleitores de José Serra e Ricardo Coutinho:
– É preciso cerrar fileiras em torno de Serra em questões básicas como material de campanha, palanque, estrutura de carro de som, que precisam ser providenciados.
O senador revelou já ter conversado com Cícero Lucena sobre a campanha de Serra e concordou que o coordenador geral de Serra
– Se Cícero faz a campanha de rua em João Pessoa, com comício, caminhada… e se eu cuido de Campina Grande e do interior, a gente dá visibilidade à campanha. Eu não consigo é fazer tudo só. Neste segundo turno, é preciso atenção especial. Quem sustenta a candidatura de Dilma é o Nordeste. Por isso, conclamo o PSDB da Paraíba a fazer a campanha de Serra e a presença de Cícero será muito bem vinda.