O vice-governador da Paraíba, Luciano Cartaxo (PT), quebrou hoje à noite o silêncio que vinha mantendo desde que o presidente de seu partido, Rodrigo Soares, foi anunciado como companheiro de chapa de José Maranhão (PMDB) na disputa pela reeleição. Apesar de tentar manter seu tom moderado, o vice-governador preterido no processo não conseguiu esconder suas queixas em relação à condução do processo e acusou Rodrigo Soares de usar o diretório regional do PT em prol de sua carreira política.
– Nosso presidente terminou usando a presidência do partido para ser um um instrumento a mais na condição de chegar ao cargo de vice-governador. Trabalhamos para eleger Rodrigo Soares numa compreensão de que é importante o presidente tratar o partido pensando no crescimento como um todo e não na carreira política do presidente. Vou ter tranquilidade na nossa pré-campanha e na campanha. Vamos para as ruas mostrar nossa forma de fazer política pautada na lealdade, sem puxar o tapete dos companheiros. Não vou usar a esperteza política para passar à frente das pessoas.
Cartaxo disse não guardar mágoas, mas reclamou de que não houve transparência no processo:
– Quando eu deixei o espaço da vice-governadoria, disse pessoalmente ao presidente que gostaria de acompanhar o processo, de ajudar na construção, mas o que vimos foi totalmente diferente. O presidente passou uma semana com os telefones celulares desligados. Evitou a nossa presença junto com o presidente José Dirceu que esteve em João Pessoa. Com a chegada do presidente José Eduardo Dutra também evitou nos convidar. Então, foi assim. Isso é um aprendizado. Eu não poderia dizer que foi um bom exemplo.
A entrevista foi dada ao apresentador do programa Hora da Notícia da Arapuan FM, Antônio Malvino.