A micareta de 7 de setembro serviu somente para mostrar que Bolsonaro está afastado da grande maioria do povo. Como sempre, ele se diverte com os amigos, delira, paga pra entrar, cercado por um cordão de isolamento.
Foi uma grande festa entre amigos, todos fantasiados de verde e amarelo. Mas o dono da festa não ganhou nada, apenas reuniu os mesmos. A bolha sendo bolha. A minoria fingindo ser maioria.
Bolsonaro não tem competência nem credibilidade para liderar um golpe militar em um país com a importância mundial do Brasil. Ele até quer, mas não consegue. Não tem apoio dos donos do poder. Golpe é mito. Bolsonaro é uma espécie de “rei do camarote”. É só isso mesmo.
O bolsonarista ortodoxo, na micareta de 7 de setembro – ou 7 de gasolina – enxerga um Brasil irreal, onde não existem pandemia, desemprego, fome, miséria, estagnação econômica, inflação, incitação à violência, crimes de responsabilidade, peculato, corrupção e ameaças ao sistema democrático.
O presidente da República elegeu o STF como inimigo do Brasil. Mas, na prática, o maior inimigo do país é ele mesmo, que está no comando da nação, desgovernado, aloprado, surtado, politicamente isolado. E o pior: refém de Bolsonaro.
Ao misturar o discurso golpista com o discurso religioso e moralista, mais uma vez, para uma multidão subserviente e alienada, essa coisa não se trata mais de posicionamento político pura e simplesmente, já está claro que é fanatismo mesmo. Com direito a Fabrício Queiroz, o pivô do esquema de corrupção da família Bolsonaro, livre, leve e solto na mesma festa dos ditos cidadãos de bem, cristãos e conservadores.
O Brasil de Bolsonaro é uma ilha perdida. É muita fantasia, é muito carnaval pra pouquíssimo ou quase nenhum pé no chão.