O escritório político do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) –investigado por suspeita de caixa dois e pagamento de mensalão para deputados distritais– financiou campanhas no Distrito Federal em 2006, informa reportagem de Silvio Navarro e Rubens Valente, publicada neste domingo pela Folha.
Foram financiados 220 candidatos à Câmara Legislativa do Distrito Federal e 16 à Câmara dos Deputados, num total de R$ 642 mil. A prestação de contas de Arruda omitiu as datas de pagamentos e dados dos CNPJ de quem os recebeu.
Flagrado em vídeos da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal recebendo maços de dinheiro do seu ex-secretário Durval Barbosa (Relações Institucionais), Arruda alega que as gravações são do período pré-campanha de 2006.
Segundo o promotor eleitoral em São Paulo, Maurício Antônio Ribeiro Lopes, a ausência de datas pode significar ilegalidade.
De acordo com fontes ouvidas pela Folha, o candidato recebia um telefonema dos dirigentes do seu partido e buscava os recursos em mãos, em cheques ou dinheiro vivo, no escritório da campanha de Arruda.
PF ainda procura dinheiro
A Polícia Federal ainda procura R$ 400 mil que teriam sido repassados a Durval Barbosa, ex-secretário do DF e colaborador das investigações.
As notas, que saíram das contas de Durval, foram marcadas pela PF para ajudar na identificação dos supostos envolvidos no suposto pagamento de propina a parlamentares da base aliada na Câmara Legislativa. Segundo as investigações, o dinheiro da propina viria de empresas que prestam serviços ao governo do DF.
Folha Online