Cláudia Carvalho
O lançamento de um manifesto pela candidatura de Luiz Couto (PT) ao Senado, ocorrido na última sexta-feira, em João Pessoa, tem sido o assunto mais comentado nas hostes petistas. O tema não é consensual no partido e vários filiados já se pronunciaram contra a inserção de Couto na disputa, bem como o apoio dele à provável candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado.
É o caso da ala petista mais ligada ao Governo Maranhão III. Hoje, a secretária executiva do Desenvolvimento Social, Giucélia Figueiredo, criticou a atitude do deputado federal Luiz Couto: "Entendemos que o deputado federal Luiz Couto, que é nosso presidente estadual, não poderia de forma nenhuma encabeçar um movimento que antecipa decisões partidárias. A maioria dos petistas vê uma precipitação do processo eleitoral que vai contra a deliberação estadual e nacional segundo os quais as candidaturas só serão discutidas em 2010", disse ela.
Setores petistas contrários à candidatura de Couto se reuniram ontem à noite no Sindicato dos Bancários e prometem lançar um outro manifesto para contestar o presidente estadual do PT e seu desejo de aliança com Ricardo Coutinho (PSB).
Por outro lado, o vereador Jorge Camilo disse ao Parlamentopb que a discussão gerada pelo evento promovido por aliados de Couto é "natural": "Essa discussão toda é necessária para que a militância do partido possa entender quais os projetos em debate. O melhor projeto é a indicação de Ricardo Coutinho para o Governo do Estado e de Luiz Couto para o Senado da República. Eles podem responder aos anseios do desenvolvimento que o Estado precisa".
Sobre as queixas de precipitação de lançamento de candidatura, Camilo negou que Couto esteja passando por "fritura" interna no PT: "Acredito que fritura ocorreria se o deputado ficasse de braços cruzados e não se apresentasse. Hoje, já sabemos quem vai ser candidato ao Governo, Senado e deputação federal ou estadual. Luiz Couto só publicizou seu desejo. Não adianta esperar a manga ficar apodrecida para comer. É melhor apreciá-la ainda de vez. Esse processo enriquece a discussão política na Paraíba. O debate nos ajuda a decidir. Quem vai ter a palavra final nesse caso é o povo da Paraíba", resumiu.