A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou na manhã desta sexta-feira (6) uma sessão especial para discutir a greve dos profissionais da Polícia Civil do estado da Paraíba. O propositor da sessão foi o vereador Geraldo Amorim (PDT), que procurou evidenciar as conseqüências desse movimento, tentando encontrar as soluções para o problema.
“A atividade policial tem seu aporte no cumprimento da legislação vigente. São os garantidores da ordem pública, a segurança do cidadão, o representante e o referencial da democracia e dos direitos humanos aplicados. Com o aumento da criminalidade que é evidenciado em todo país, essa situação deixa a sociedade apreensiva. Sinto-me vulnerável a todos os males que uma greve da Polícia Civil pode causar. Então, vamos discutir todos os matizes, a problemática que desencadeou esse movimento para encontrarmos uma solução urgente”, justificou Geraldo Amorim.
Compuseram a mesa, além do vereador propositor da sessão e da vereadora Raíssa Lacerda (DEM), secretariando os trabalhos, o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, Isaías Olegário; o vice-presidente da Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraíba (Adepdel), Esteferson Nogueira; o presidente da Associação dos Peritos Oficiais do Estado, Joelson dos Santos Silva; o presidente da Associação dos Policiais Civis/PB; o presidente da Associação da Polícia Cientifica, Carlos Alberto Gomes da Costa; e o presidente da Associação da Policia Civil, Flávio Moreira.
Para o vereador Tavinho Santos (PTB), que também participou da sessão, administrar é priorizar, então, se o governo assume um mandato, tem que cumprir suas prioridades. E ele acrescenta que o governo da Paraíba informou que iria priorizar a segurança, a saúde e as reformas das estradas. Tavinho, então, questionou onde estaria a prioridade do governo em relação à segurança do estado. Ele ainda enfatizou que o movimento dos policiais é um movimento da sociedade, pois o problema é sentido na própria carne da população que está aprisionada. O vereador também informou o investimento em segurança de Pernambuco, R$ 584 milhões; Rio Grande do Norte, R$ 280 milhões; enquanto que a Paraíba investe R$ 28 milhões.
A vereadora Sandra Marrocos (PSB) enfatizou a preocupação pela falta de valores no orçamento estadual voltados para a segurança estadual. E há a necessidade de se encontrar uma ponte de diálogo entre o governo e a Assembléia Legislativa (Al/PB), além da necessidade de alternativas para melhoria da segurança, em todas as esferas do poder público.
Os vereadores Bruno Farias (PPS) e Raíssa Lacerda (DEM) também lembraram dos agentes penitenciários aprovados no último concurso da categoria e que reivindicam as nomeações, que não são efetivadas pelo governo estadual. Bruno disse que a policia paraibana é a que recebe o menor salário no país. Raíssa propôs a criação de uma comissão de vereadores para acompanhar os representantes do movimento nas negociações, iniciando com uma reunião no Centro Administrativo, na próxima segunda-feira (9), às 11h.
Representantes
Isaías Olegário enfatizou que o movimento é um movimento apartidário, pois o partido da categoria é a Polícia Civil e relembrou ao governo que ele não sabe o que é prioridade, pois não investe na qualificação dos profissionais da segurança de estado. E acrescentou que não há nenhuma proposta nem planilha de negociações por parte do governo estadual.
A falta de equipamentos apropriados, além de um salário digno, foi a prioridade destacada pelo perito oficial Joelson dos Santos, que acrescentou que os profissionais trabalham com amor a profissão e que o partido da categoria é a Polícia Civil.
Flávio Moreira e Esteferson Nogueira enfatizaram que a prioridade do governo “é fajuta” para uma área tão importante para a sociedade. Eles comentaram que a categoria não quer greve, mas precisa de salários dignos para trabalhar pela segurança do estado. Flávio informou que num quantitativo de 1.500 servidores apenas cerca de 30 não estão participando do movimento. E Esteferson informou que a categoria está reivindicando um salário na média do país, mas acredita que as perspectivas são as piores possíveis.
Também participaram da sessão os vereadores João dos Santos (PRP), e Pastor Edmílson (PRB) e os delegados Ademir Fernandes (de Lucena); Norival Gomes Portela Filho (Pedras de Fogo); e Tiago Vasconcelos Sandes (Solânea), dentre diversos outros delegados da cidade de João Pessoa.
As ausências de representantes do governo do estado e dos deputados estaduais na sessão foram sentidas por todos os expositores. E o vereador Geraldo Amorim vai elaborar um relatório com todas as apresentações ocorridas na sessão e vai encaminhar ao governador José Maranhão (PMDB) e ao Secretário da Segurança.