Brasília – Depois do Senado, a Câmara também analisa a compra de um equipamento para identificar escutas nos gabinetes dos deputados e órgãos da Casa, como o plenário.
O aparelho de R$ 160 mil, chamado Oscor Green, já foi comprado pelo Exército e é apontado como a última novidade em contraespionagem.
O Senado chegou a aprovar a compra, mas desistiu após o jornal "Correio Braziliense" revelar a disposição.
A Polícia Legislativa, que atua na Câmara, diz que a aquisição irá "tornar mais seguro o ambiente de trabalho dos senhores parlamentares".
A proposta, a qual a Folha teve acesso, afirma que o aparelho localiza "os dispositivos clandestinos de espionagem" e detecta "temidos microfones que atuam pelo lado externo nas janelas do prédio alvo".
O primeiro-secretário da Câmara, Eduardo Gomes (PSDB-TO), disse que vai pedir ao departamento jurídico um parecer que indique se a Casa tem a atribuição de fazer esse tipo de monitoramento – inicialmente, competência da Polícia Federal.
Depois disso irá decidir se autoriza a compra. Não há legislação sobre o assunto.
Segundo Gomes, a medida seria preventiva. Não há relatos de que gabinetes tenham sido grampeados.
O equipamento, fabricado pela Research Eletronics International, não capta grampo telefônico nem gravador de bolso, apenas escutas ambientais.
Folha de S. Paulo