Por alguma estranha razão, o trio bolsonarista formado pelos deputados Cabo Gilberto e Walber Virgolino e pelo radialista Nilvan Ferreira ainda achava que poderia convencer o PL a abandonar a pré-candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga e encampar a do comunicador.
Somente esta semana, com uma entrevista concedida pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto é que eles entenderam que o assunto já está decidido e não espaço para recuo. Valdemar garantiu que o martelo já foi batido pela sigla e com a concordância do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Cá para nós, nem precisava confirmar. Bolsonaro foi quem anunciou a pré-candidatura de Queiroga em julho. Pouco tempo depois, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro esteve em Cabedelo para um evento do PL Mulher ao lado de Marcelo e Simone Queiroga e só falou com Nilvan, Walber e Gilberto porque eles foram ao aeroporto recebê-la. No evento, nenhum deles apareceu.
As inserções partidárias do PL também foram totalmente dedicadas a Queiroga e à família de Wellington Roberto.
Precisava dizer mais? Para mim, a situação é claríssima, embora não muito lógica.
O PL de Bolsonaro dá carta branca para Wellington Roberto e avaliza a candidatura de Marcelo Queiroga.
Vamos fazer um exercício de memória agora. O candidato do partido ao Senado em 2022, mesmo aparecendo o tempo todo ao lado de Jair no horário eleitoral e nas redes sociais, amargou o quinto lugar na votação, perdendo para o pastor Sérgio Queiroz, com quem rivalizou pelo papel de representar o bolsonarismo no Estado.
Se fosse pensar em potencial eleitoral, Bolsonaro ao menos ouviria Nilvan Ferreira, que foi o candidato mais votado para Governador em João Pessoa. Se quisesse mesmo unir o partido como disse, teria chamado os descontentes para conversar e tentaria formar uma chapa consensual. Provavelmente não conseguiria porque nenhum dos nomes quer ser segunda voz nessa dupla sertaneja.
Resultado é que Nilvan vai sair do PL e provavelmente será candidato a prefeito pelo União Brasil, gerando um racha e a consequente divisão de votos no núcleo bolsonarista que terá dois candidatos.
Quem agradece é Cícero Lucena que não precisou mover uma palha e viu um de seus principais adversários, Nilvan, prejudicado pelo próprio partido.