As declarações do deputado estadual Jacó Maciel (PDT) sobre uma suposta operação de compra, pelo Governo do Estado, do voto de seis oposicionistas a favor do empréstimo junto ao BNDES caíram como uma bomba na Assembleia Legislativa hoje à tarde. O deputado Branco Mendes (DEM), um dos membros da oposição que declarou o voto em prol da matéria do Governo, usou a tribuna para questionar o colega e ameaçar aciona-lo no Conselho de Ética da Casa de Epitácio Pessoa:
"Até hoje na minha vida, nunca tive uma conta rejeitada pelo TCE. Pode procurar na internet um processo que venha a me denegrir. Eu não tenho um processo sequer na Justiça. Meu colega Jacó Maciel foi muito infeliz em suas colocações quando disse que deputados de oposição estariam sendo cooptados pelo Governo para votar o projeto que tanto se discute nessa Casa. Eu vou votar com minha consciência. Não devo eleição a Cássio e nem a Maranhão. Vossa excelência vai ter que provar na Justiça o que disse nos jornais, nos rádios e na televisão", disse Branco Mendes.
Visivelmente irritado, ele deixou a tribuna dizendo desafiar a existência de uma prova de que tivesse pedido qualquer favor em troca de seu voto: "Podem ficar certos que meus prefeitos me procuraram pedindo que eu votasse a favor do projeto. Mas, eu não fui coagido por ninguém", arrematou.
Depois de acalmar sua raiva, Branco declarou que a representação a Jacó Maciel dependeria de uma consulta aos outros oposicionistas que votam a favor do projeto de empréstimo.
Branco Mendes é vice-presidente do Conselho de Ética, que nunca chegou a se reunir depois da saída da deputada Iraê Lucena, que presidia o conselho e está licenciada do mandato para exercer a Secretaria estadual de Ação Governamental.