O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta quinta-feira (7), um discurso em que vincula democracia e liberdade à vontade das Forças Armadas. Em uma fala de pouco mais de 4 minutos na cerimônia de formação de fuzileiros navais no Rio de Janeiro, o presidente disse que seu governo será exercido ao lado “daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e liberdade, só existem quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer”.
Figuras da oposição atacaram o discurso. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), escreveu no Twitter que Bolsonaro “não tem limites na agressividade”, e que a democracia “não é objeto de tutela ou permissão”. Outros parlamentares petistas também atacaram a declaração.
O líder da oposição na Câmara, deputado Alessando Molon (Rede-RJ), repudiou a fala do presidente. “Dizer que a democracia e a liberdade só existem quando as Forças Armadas querem é uma ameaça inaceitável”, escreveu o parlamentar, também no Twitter. Bolsonaro não deu, após o evento, explicações sobre o sentido de sua fala.
Já o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), foi procurado pela imprensa em Brasília e saiu em defesa do presidente. Mourão afirmou que o discurso foi “mal interpretado”. “O que que o presidente quis dizer? Está sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem. É o que acontece na Venezuela. Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas rasgaram isso aí”, disse o vice.
“Sacrifício” de militares na reforma
Bolsonaro também pediu aos militares “sacrifício” em prol da reforma da Previdência. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma foi enviada sem a parte que trata das aposentadoria dos militares. Este texto, segundo o governo, será apresentado em um projeto de lei separado ainda neste mês.
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