Dentro do término do tempo Pascal, a Igreja se vê diante da celebração da Ascensão do Senhor. “Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu” (Lc 24,51). O Cristo Jesus se eleva ao céu diante dos discípulos destemidos; estes abriram seus corações e existências para o anúncio que atravessa os séculos: Cristo morreu e ressuscitou! O Senhor, vencedor da morte, sobe para junto do Pai, mas não se ausenta do meio dos homens. Jesus não nos abandonou, pelo contrário, assumiu em sua carne a nossa humanidade e a elevou à intimidade do Pai, mostrando-nos que o fim de nossa história culminará no céu, no seio da Trindade. Tais palavras parecem soar estranhas, como se o céu fosse uma conquista de dentro do muro da religião da cristandade; contudo, para nós cristãos, tratam-se de palavras que preenchem o conteúdo da promessa de Nosso Senhor. A promessa da vida celeste não é uma realidade privada da religião cristã, mas um oferecimento gratuito de Deus para os pecadores. Deus faz comunhão com os pecadores e os chama a conversão.
Daqui há poucos dias também celebraremos a Solenidade de Pentecostes, o Cristo Ressuscitado eleva-Se ao Pai e por consequência nos dá O Seu Espírito: “Até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,49). No Mistério da Ascensão do Senhor, a Igreja nos lembra que nossa condição humana não se esgota nesta terra, mas nos aponta a esperança da vida bem- aventurada do céu. O que devemos fazer? Qual o melhor meio para acolher tão alto mistério? A reposta está no evangelho do próprio Domingo da Ascensão: adoração e alegria. Os discípulos abraçam a exigência de amor de testemunhar a morte e a ressurreição de Jesus pelas estradas do mundo, pelas encruzilhadas do mundo dos pecadores. São capazes de contemplarem Jesus subindo aos céus, mas também se colocam na prontidão dos passos missionários. Eles adoram o Senhor que sobe ao alto, mas também partem para Jerusalém e cheios de alegria começam a anunciar o Evangelho que muda o coração do homem e da mulher mais distantes de Deus. O chamado de cristãos, recebido da vida do próprio Salvador, não nos autoriza a sermos infelizes, devemos ser discípulos alegres, anunciar a todos que O Senhor está Vivo no meio de nós. A subida do Divino Salvador não deve gerar nenhum desconforto e nenhuma solidão. O Senhor, por meio do Espírito Santo, permanece conosco. Ele se avizinha a nós na Eucaristia, e jamais estaremos sozinhos.