Como é tradição, passada a eleição para o Governo da Paraíba, começa a intensa campanha para a presidência da Assembleia Legislativa que atualmente é comandada por Adriano Galdino, na cadeira há quase quatro anos seguidos e que já esteve no cargo uma outra vez, de 2015 a 2016.
Na última escolha para presidente, o deputado Tião Gomes era candidato mas renunciou na hora da eleição em favor de Adriano, que foi reeleito sem maiores questionamentos.
Este ano, Tião garante que é candidato e que não vai recuar. Como é de seu estilo, sem meias palavras, ele disse que está na hora de haver reconhecimento à sua atuação como parlamentar. O deputado está a 32 anos em nove mandatos e assegurou que vai lutar pela cadeira de presidente. Sempre renunciei, mas desta vez é para valer.
Tião, que teve 41.806 votos, também criticou a divulgação de uma nota pelos Republicanos definindo o voto dos oito deputados da legenda no mesmo candidato para os dois biênios: “Acho uma ambição muito grande os Republicanos quererem tudo para eles. Eu vou à luta. Gosto muito de Adriano, mas acho que o partido dele quer demais. Quer logo dois biênios?! Eu só quero um biênio”, resumiu.
A tal nota dos Republicanos saiu no dia 3 de novembro e foi interpretada como uma declaração de união em torno do atual presidente que é candidato à reeleição para os dois biênios. Mas, no partido não existe ainda consenso. É que Branco Mendes também colocou o nome dele para concorrer à presidência da Casa epitácio Pessoa. Segundo ele, ainda vai rolar muita agua debaixo da ponte e nada está definido nem mesmo dentro dos Republicanos.
Outro deputado do mesmo partido que tem pretensão de concorrer à presidência da ALPB é Wilson Filho.
Por parte da Federação Brasil da Esperança, a deputada Cida Ramos disse que o grupo também pode apresentar candidato ou lutar por um espaço na mesa diretora. Além dela, a federação elegou Inácio Falcão e Luciano Cartaxo.
Durante a campanha deste ano, o deputado federal Pedro Cunha Lima explicou o motivo pelo qual a eleição para a Assembleia Legislativa da Paraíba é tão disputada. O presidente da casa legislativa é R$ 339,1 milhões, enquanto que a UEPB tem previsão de R$ 327 milhões. Obviamente também existe uma projeção imensa por causa do poder que o chefe do legislativo estadual exerce.
Nessa disputa, o atual presidente Adriano Galdino aparece como franco favorito com o apoio do governador reeleito João Azevedo. Teria sido justamente por assumir um compromisso com a reeleição de Galdino que João conseguiu estancar uma crise capaz de levar a sigla para a oposição no período entre o primeiro e o segundo turno da eleição deste ano.
Adriano, além disso é um político experiente e que já começou a angariar apoios logo depois de ser reeleito. Foi, aliás, o mais votado da ALPB. Esse discurso de que a opinião pública não aceitará mais uma recondução de Adriano não convence muito. Isso porque a eleição para presidente da ALPB não passa pelo povo. É uma decisão dos deputados que não costumam se mover muito pela repercussão externa, mas pelo que os candidatos a presidência ofereçam de espaço na mesa diretora ou mesmo em cargos dentro da casa.
Tião Gomes tem todo o direito de ser candidato, mas dificilmente conseguirá se viabilizar. Branco Mendes e Wilson Filho tendem a ser apaziguados dentro do próprio Republicanos e a Federação do PT e PCdoB também não aparecem como fortes concorrentes ao poderio de Adriano.
É preciso se dizer que a escolha do presidente da ALPB é marcada por lances dramáticos, surpreendentes e até engraçados como o que foi protagonizado pelo próprio Tião que arrancou os fios do sistema que faria a eleição de maneira eletrônica em 2015, quando Adriano foi eleito presidente pela primeira vez.
Falta três meses para a eleição e certamente muita coisa pode acontecer. A temperatura de hoje é que os ventos sopram a favor de Adriano Galdino.